
Um menino de 3 anos, de nacionalidade alemã, foi uma das vítimas do descarrilamento do Elevador da Glória, que aconteceu na tarde de quarta-feira, 3 de setembro, em Lisboa. A criança foi resgatada por um agente da PSP dos destroços do acidente, que resultou em 17 mortos (número subiu durante a noite depois de dois dos feridos graves não terem sobrevivido) e 23 feridos, com ferimentos ligeiros.
O pai da criança morreu no local, enquanto a mãe, também alemã, continua internada em estado grave na unidade de cuidados intensivos do hospital, refere o "Correio da Manhã". Outra das vítimas mortais já conhecidas é André Jorge Gonçalves Marques, o guarda-freio do elevador.
O acidente aconteceu pelas 18 horas, quando o elevador, que subia em direção ao miradouro de São Pedro de Alcântara, se desgovernou, recuou descontroladamente e embateu contra um prédio.
Durante a noite, as autoridades mantiveram o perímetro de segurança ativo. Nesta quinta-feira, 4, dia em que foi declarado luto nacional pelo governo, está a ser feito o levantamento dos destroços e as investigações técnicas para apurar as causas do descarrilamento. O Ministério Público já abriu um inquérito, enquanto o Instituto de Medicina Legal ativou a equipa de desastres para acelerar as autópsias.
Elevador estaria sem manutenção desde o final de agosto
De acordo com informações preliminares, o equipamento estaria sem manutenção diária desde o final de agosto, em particular sem a obrigatória verificação dos cabos de tração, refere também o "Correio da Manhã". Esta falha terá ocorrido após o cancelamento do concurso público para a manutenção dos veículos, uma vez que todas as propostas apresentadas ultrapassaram o preço base definido. O concurso, lançado a 28 de abril, encerrou recentemente sem adjudicação.
O contrato de manutenção estabelecia a obrigatoriedade de inspeções diárias, mas, desde a suspensão, esses procedimentos não terão sido realizados.