Podemos dar-lhe um nome mais pomposo e chamá-los de coliformes fecais. Mas se quisermos encarar a realidade sem falinhas mansas, aquilo que os ecrãs de touch dos McDonald's têm é cocó. Pelo menos os do Reino Unido, mas temos tudo para acreditar que esta é uma realidade comum a outros países.
O estudo foi divulgado pelo jornal britânico Metro e mostra que foram encontrados vestígios de fezes em oito ecrãs de touch de McDonalds analisados em diferentes cidades britânicas. Falamos aqui dos ecrãs disponíveis em todas as lojas, inclusive as portuguesas, e que permitem fazer o pedido e evitar filas.
As bactérias encontradas nos ecrãs são aquelas que passam no sistema digestivo, mas, em alguns casos, podem ser contagiosas ou vir acompanhadas de outros microorganismos nocivos para o organismo.
É o caso da Staphylococcus aureus, bactéria que pode causar desde doenças de pele e intoxicações alimentares a problemas mais graves como síndrome do choque tóxico. Estima-se que um terço da população tenha esta bactéria, mas na maior parte dos casos não representa riscos para a saúde e só põe o portador em risco quando começa a produzir toxinas.
"Esta bactéria está presente no nariz e, se elas tocam no nariz com os dedos antes de tocarem no ecrã e, a seguir, alguém voltar a tocar e tiver uma ferida aberta, há contaminação e isso pode ser perigoso", explica Paul Matewele, médico da London Metropolitan University, que esteve à frente desta investigação.
Também foram encontradas bactérias como a Listeria, que, segundo o especialista, pode causar abortos espontâneos em mulheres grávidas, ou a morte do feto durante a gestação. Outras como Proteus e Enterococcus faecalis, são comuns em infeções hospitalares e sua presença foi uma grande surpresa para os pesquisadores. "Proteus pode ser encontrado em fezes de humanos e de animais. Pode causar infeções do trato urinário e é também é responsável por infeções hospitalares, que pode desencadear septicemia", refere o investigador.
A McDonald's já reagiu e garante que todos os ecrãs são desinfetados, mas, pelos vistos, não é suficiente, até porque as bactérias conseguem manter-se nos ecrãs durante dias. A empresa lembra ainda que todos os restaurantes têm condições para que os clientes lavem e desinfetem as mãos antes de fazer os pedidos.