Em Loures, no Hospital Beatriz Ângelo, uma mulher de 87 anos esteve três dias à espera para ser internada. A idosa deu entrada nas urgências da unidade de saúde na segunda-feira, 22 de janeiro, com dispneia (falta de ar), mas teve de esperar 22 horas até ser vista por um médico, avança o "Correio da Manhã".
Mesmo depois de ser examinada, permaneceu nas urgências três dias à espera de vaga para ser internada no mesmo hospital. "Choca-me ela estar na urgência, sentada, com os pés muito inchados e sem tomar banho. Dá vontade de levar um balde para a lavar. Só lhe vestiram umas calças do hospital porque urinou na fralda e sujou as dela. Ao menos que a ponham numa maca", disse Rita Pereira, neta da utente, à mesma publicação.
Já ao final do dia de segunda-feira, acabou por ser colocada numa maca, mas permaneceu nas urgências. Apesar de a mulher sofrer da doença de Alzheimer, mas não foi autorizada a entrada de um acompanhante. "Não sabe dizer se comeu, se bebeu, se lhe deram sopa, não sabemos nada e não deixam levar comida. Só vimos darem-lhe bolachas e iogurte e ela tem diabetes", continuou a neta, em declarações ao "CM", acrescentando que a família não tem condições para recorrer a um hospital privado.
O Hospital Beatriz Ângelo confirmou "as condições de aumento de procura da urgência, que poderão causar constrangimentos pontuais", mas negou que os doentes "não recebam os cuidados de higiene e alimentação como é referido", continua o "Correio da Manhã". A família fez queixa no Livro de Reclamações, dando conta das condições de atendimento no Hospital de Loures como "desumanas".