Mais de 90% do território português chegou a seca severa ou extrema no dia 15 de fevereiro, de acordo com dados revelados no último boletim de seca, divulgado esta segunda-feira, 21 de fevereiro, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que indica um novo agravamento da situação de seca meteorológica no País.

De acordo com o boletim, há valores de percentagem de água no solo inferiores ao normal em todo o território, com as regiões nordeste e sul a atingirem valores inferiores a 20%, com "muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente", avança o jornal "Público".

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Os baixos níveis de precipitação em Portugal continental já estão assim a afetar a agricultura, a cerealicultura e a pecuária, sendo a última a mais afetada. A falta de precipitação tem obrigado a gastos em suplementos extraordinários devido "às fracas condições de pastoreio", que nas zonas mais afetadas são "muito deficitárias", indica o boletim mensal da Agricultura e Pescas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado nesta segunda-feira, 21, citado pelo "Público". 

A falta de recurso a alimentação para os animais está assim a penalizar "o sector devido ao aumento dos custos de produção". Segundo o INE, o preço destes produtos aumentou 53% de dezembro de 2020 a dezembro de 2021, e esse reflexo já se sente nos preços pagos ao produtor, nomeadamente na evolução mensal do preços dos bovinos (mais 2,41%), escreve o mesmo jornal.

IPMA não prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território até ao final de fevereiro

O documento divulgado pelo IPMA esta segunda-feira, 21, que destaca a região sul e alguns locais dos distritos de Bragança e Castelo Branco, aponta para 38,6% do território em seca extrema (11,5% no final de janeiro), 52,2% em seca severa (34,2% no final de janeiro) e 9,2% em seca moderada.

"O grau de severidade da seca meteorológica a 15 de fevereiro de 2022 é superior ao que se verificava em 2018 e em 2005, com uma percentagem superior nas classes de seca severa e extrema e que corresponde a cerca de 91% do território", frisa o IPMA, citado pelo "Público".

De acordo com o instituto, até ao final de fevereiro não se prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território e relativamente à temperatura do ar, a tendência será "para valores superiores ao normal para todo o território, em especial para a região interior centro e sul".

"Será muito provável a continuação da situação de seca meteorológica no final de fevereiro, com quase todo o território nas classes mais gravosas do índice PDSI", acrescenta o IPMA, numa semana em que se prevê que várias regiões do País venham a atingir temperaturas de 25ºC.