Os clientes afetados pela falha de serviços da Vodafone após o ciberataque na noite desta segunda-feira, 7 de fevereiro, são já poucos dado que a operadora conseguiu "restabelecer alguns canais de comunicação" através do Serviço de Apoio a Clientes, mas pode haver ainda "constrangimentos ainda associados e pedimos a compreensão dos Clientes face à instabilidade ainda existente", avisa a Vodafone num novo site com informações exclusivas sobre o ciberataque.
Na manhã desta quinta-feira, 10, o portal Downdetector (que deteta problemas e falhas em todos os tipos de serviços) indicava 68 notificações de falhas na operadora até às 09h08 — com destaque para “falha geral” (49%), “sem sinal” (32%) e “internet móvel” (19%) —, com maior prevalência nas regiões de Lisboa, Porto e Leiria.
Passaram quase 60 horas desde que a Vodafone foi alvo de um ataque informático, que já está nas mãos da Polícia Judiciária (PJ) e precisamente por tratar-se de uma ameaça externa a operadora pode não ter que compensar os clientes pelos danos sofridos, segundo a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco Proteste).
"Estamos perante uma situação excecional, em que aparentemente não haverá responsabilidade da Vodafone", afirmam os especialistas da A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) Nuno Carvalho e Sofia Costa num artigo publicado esta quarta-feira, 9, no ponto relativo ao pagamento da fatura integral este mês e da possibilidade de uma compensação dada aos clientes.
Esta só poderá acontecer por iniciativa da Vodafone e caso os clientes consigam provar que a inacessibilidade aos serviços prejudicou a vida pessoal ou profissional. "É necessário demonstrar que os prejuízos foram provocados pela interrupção do serviço e que haverá alguma responsabilidade da Vodafone no sucedido", pode ler-se.
Apesar de serem cada vez mais frequentes, os ciberataques são ainda uma incompreendidos pela maioria pelo que a Vodafone criou entretanto um site com informações atualizadas sobre a recuperação dos serviços, assim como uma secção de "pergunta frequentes" para esclarecer os clientes. Entre elas encontra-se a que todos querem ver respondida: "Quando será reposta a normalidade do serviço?".
A resposta é a que tem sido dada nos últimos dias, mostrando um esforço da empresa para contornar os efeitos do ataque informático. "Infelizmente, a dimensão e gravidade do ato criminoso a que fomos sujeitos implica um cuidadoso e prolongado trabalho de recuperação que envolve múltiplas equipas nacionais, internacionais e parceiros externos. Essa recuperação irá acontecer progressivamente nas próximas horas, sem prejuízo de alguns dos serviços poderem vir a retomar a normalidade em período ainda mais longo", esclarece a operadora.