Passaram dois dias desde o ciberataque à Vodafone e os serviços de telefone e televisão da operadora continuam em baixo esta quarta-feira, 9 de fevereiro, de acordo com o portal Downdetector, plataforma que indica em tempo real os problemas e falhas em todos os tipos de serviços. O reporte de problemas nas últimas 24 horas têm vindo a decrescer, mas até às 9h da manhã desta quarta-feira eram já mais de 200 queixas.

O ciberataque já está a ser investigado pela Polícia Judiciária — que está a trabalhar em conjunto com os serviços de informações (SIS) e o Centro Nacional de Cibersegurança — com o objetivo de encontrar os autores do crime informático que, no entanto, não querem passar despercebidos. Isto porque a palavra "Vodafone" e um emoji que simboliza um olhar atento foram publicados na conta de Telegram do grupo de piratas informáticos Lapsu$ Group, o mesmo que atacou o grupo Impresa em janeiro, de acordo com o jornal "Expresso". 

Vodafone foi alvo de ciberataque "deliberado e malicioso". Falhas começaram na noite passada
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Contudo, o diretor da unidade de cibercrime da Polícia Judiciária, Carlos Cabreiro, sublinha que é precipitado fazer uma associação direta entre os dois ataques, pelo que a investigação em curso se  dedica exclusivamente ao ciberataque à Vodafone. "As notícias que deram conta de que existiriam outros alvos ou outros ataques informáticos sobre outras instituições não correspondem à verdade”, acrescentou.

A PJ está a recolher mais detalhes para “avaliar e conhecer a origem, a extensão e motivação do ato criminoso” e está também atenta às mensagens que alguns clientes da Vodafone têm recebido como se fossem enviadas pela operadora, tal como tem sido reportado no Twitter, chegando a ser assunto do momento na madrugada desta quarta-feira.

A operadora continua a trabalhar para restabelecer os serviços dos clientes, conforme frisado pelo CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, numa mensagem de Facebook na qual pede "desculpa pela falha involuntária que levou à interrupção" dos serviços e repudia o ataque. "Não temos qualquer indício até agora de que tenha havido extração ou corrupção de dados de clientes", diz ainda.

As falhas na rede tiveram início na noite desta segunda-feira, 7 de fevereiro, e desde então que os clientes não têm conseguido aceder à televisão e ao telefone, afetando não só a vida pessoal, como o trabalho de várias empresas e até autarquias, como é o caso da Junta de Freguesia do Areeiro, que anunciou que os serviços telefónicos estão indisponíveis temporariamente.