
A saúde voltou a pregar uma partida a Cláudia Henriques, mais conhecida como Rebeca. A cantora de 44 anos foi novamente internada devido à adenomiose, condição que a tem obrigado a afastar-se dos palcos e que já exigiu uma intervenção cirúrgica urgente. A notícia foi partilhada pela própria nas redes sociais, onde aparece numa cama de hospital.
"Ainda internada, mas muito bem acompanhada com uma equipa maravilhosa", escreveu a artista, agradecendo de forma especial a Marla Luísa Botelho Chaves, anestesista, e a Sónia Siopa, cirurgiã e ginecologista. "Obrigada por me fazerem feliz mesmo nos momentos mais complicados. Tudo vai ficar bem", acrescentou.
Rebeca já tinha sido submetida recentemente a uma primeira intervenção, mas os resultados não foram os esperados. “Nos últimos tempos, tenho enfrentado uma condição clínica chamada adenomiose", afirmou, dizendo ainda que, "após uma primeira tentativa de tratamento através de uma ressectoscopia", os resultados não foram os esperados.
"Foi agora recomendada uma intervenção cirúrgica definitiva – uma histerectomia com ooforectomia – como única alternativa possível para garantir a minha recuperação”, explicou num comunicado. Isto fez com que tivesse de cancelar todos os concertos que estavam previstos para o mês de julho.
“Esta ausência, que tanto me custa, não é uma escolha, mas sim uma necessidade de saúde que não posso ignorar", continuou. Ainda assim, deixou uma promessa. "Contem com o meu regresso já no próximo mês de julho", rematou na missiva que publicou na sua página de Instagram, esta sexta-feira, 13 de junho.
O que é a adenomiose?
A adenomiose é uma condição ginecológica que se caracteriza pelo crescimento anormal do tecido endometrial (que reveste o interior do útero) dentro da espessura da parede uterina. Isto provoca um aumento do volume do útero, dores intensas e menstruações muito abundantes, diz a CUF. Esta combinação de sintomas pode resultar numa dor crónica incapacitante, para além de dificuldades acrescidas em engravidar.
Apesar de frequentemente confundida com a endometriose, a adenomiose distingue-se pelo local onde o tecido se desenvolve. Enquanto na endometriose o tecido endometrial cresce para fora do útero, afetando outros órgãos, na adenomiose ele infiltra-se na parede uterina, tornando o útero mais espesso e causando inflamação.
Os sintomas passam por dores menstruais fortes (dismenorreia), dor nas relações sexuais (dispareunia), cansaço excessivo e até anemia, no caso de se registarem perdas de sangue mais severas, explica o mesmo site, acrescentando que aquilo que causa esta condição ainda não é totalmente certo.
Contudo, existem fatores de risco bem identificados: é mais comum entre os 35 e os 50 anos, em mulheres que tiveram partos vaginais ou cirurgias uterinas (como cesarianas ou remoção de miomas). O excesso de estrogénio no organismo pode também ser um fator determinante, já que esta condição se manifesta, em muitos casos, durante o ciclo menstrual, quando os níveis hormonais estão mais elevados.
Ainda assim, o diagnóstico não é uma sentença. Com acompanhamento médico e os tratamentos certos, que podem incluir terapias hormonais ou até fertilização assistida, muitas mulheres conseguem engravidar e levar uma gestação até ao fim. A histerectomia, ou seja, a remoção total do útero (como foi o caso de Rebeca), é por vezes a única solução definitiva para quem já não pretende engravidar.
O diagnóstico passa geralmente por uma ecografia transvaginal ou, em casos menos claros, por uma ressonância magnética. O site da CUF diz ainda que também existem várias formas de controlar os sintomas, como anti-inflamatórios, analgésicos, métodos de contraceção hormonal e dispositivos intrauterinos (como o DIU).