Em 2009, Marco Paulo, que morreu em outubro de 2024, tinha feito um testamento que contemplava apenas o compadre António Coelho e o afilhado Marco António. Em fevereiro de 2023, atualizou o documento e acrescentou o amigo e bombeiro de Braga, Eduardo Jorge Vilaça Ferreira, deixando-lhe 10% da sua fortuna, entre 60 e 80 milhões de euros.
Desde que se conheceu a alteração do documento estalou a polémica, dado que surpreendeu toda a família do cantor. Tita Gameiro, amiga de confiança de Marco Paulo e que foi testemunha na alteração do testamento, confessou que, se não tivesse sido surpreendida com a alteração que teria tentado que o cantor mudasse de opinião, revelou ao “Correio da Manhã”.
“Só soube da decisão do Marco quando cheguei ao notário. Se o Marco me tivesse pedido, tinha-lhe dado outra opinião. Se calhar teria pedido para os velhinhos ou para as crianças que sofrem. Eu sabia que o Marco tinha uma amizade grande pelo Eduardo e pela família, mas fiquei surpreendida. Eu era uma amiga do coração, mas conselheira, não, até porque o Marco não aceitava conselhos de ninguém. Se lhe dissessem algo, ele fazia ao contrário”, disse.
Apesar da surpresa, Tita Gameiro reconhece que existia uma grande amizade entre ambos, tendo mesmo partilhado no seu Instagram, a 5 de março de 2023, uma fotografia de grupo tirada depois de um almoço, na qual aparece ao lado de Marco Paulo e do bombeiro.
Numa outra ocasião, em outubro de 2023, também o bombeiro fez uma publicação na qual aparece Tita Gameiro.
Eduardo Ferreira conheceu Marco Paulo em 2019, por causa de um vídeo que se tornou viral nas redes sociais, em que o bombeiro e outros camaradas fizeram a cantar o tema “Último Adeus”. O vídeo só chegou ao artista em 2021 e, enquanto porta-voz da corporação, o bombeiro ficou responsável de o acompanhar numa visita pela cidade. Depois de um jantar, cantaram todos juntos o êxito e, desde então, ficaram amigos.
Desde que se soube que Marco Paulo não tinha incluído a família no testamento que esta tem sido acusada de ter abandonado o cantor. A família negou e os sobrinhos revelaram que iam “respeitar a vontade” do tio em relação ao testamento.
“Não há, nem nunca houve, nenhuma guerra pelo dinheiro. Houve espanto e surpresa da família por não estar incluída no testamento. A única preocupação que tivemos foi saber se o testamento era legal. Vamos respeitar a vontade do meu tio e não vamos impugnar o testamento”, disse Pedro da Silva ao “Correio da Manhã”.