Depois de referir que queria transformar a "nova fama em lucro" e "numa carreira no entretenimento", o "Impostor do Tinder" — o homem que se apresentava como Simon Leviev (Shimon Hayut) —, decidiu apostar na rede social Cameo, onde cobra dinheiro em troca de vídeos e mensagens personalizadas.
E que rede social é esta? "É um lugar acessível a qualquer pessoa, que pode escolher uma figura pública, entre uma lista de pessoas famosas, que, por uma determinada quantia, se compromete a gravar mensagens personalizadas", explicou o criador britânico Martin Blencowe, em declarações ao "The New York Post", já em 2021.
O israelita inscreveu-se na aplicação esta segunda-feira, 21, e recebeu imediatamente uma vasta panóplia de pedidos dos fãs: vídeos, mensagens por escrito, áudios ou até fotografias, que aceitava e recusava consoante o valor monetário em causa, mas cujos preços variam entre os 200 dólares (cerca de 178,90€) por vídeo pessoal e 2 mil dólares (1.789€) por vídeo corporativo, segundo a TMZ.
Até à data, já terá arrecadado mais de 30 mil dólares em troca de mensagens de aniversário, conversas casuais e até vídeos em que alega estar a ser "perseguido por inimigos" — uma referência à suposta história que contava às namoradas, para que lhe fossem emprestadas largas quantias de dinheiro.
Segurança de "Impostor do Tinder" exige indemnização
Isto, pelo menos, segundo conta o novo documentário da Netflix, "O Impostor do Tinder", que garante que o falso magnata terá roubado mais de 10 milhões de dólares às várias mulheres que enganou no Tinder, uma aplicação de encontros.
Como parte da estratégia para burlar as mulheres, Leviev afirmava que a vida do seu guarda-costas estava em perigo. E chegava até a enviar fotografias do homem ferido, numa ambulância, após ter, supostamente, sido espancado pelos "inimigos". Tudo isto, no caso, com o suposto objetivo de convencer as mulheres a enviar dinheiro para ajudar Piotr, que não está contente com a estreia do documentário.
Segundo uma carta escrita pela sua advogada, a que a TMZ teve acesso, o guarda-costas está a processar a Netflix, alegando que esta deve "parar de violar os seus direitos pessoais" e "retirar o documentário da plataforma", e exige mesmo um pedido de desculpa oficial, "em todos os meios digitais" da plataforma de streaming.
Mas as exigências não terminam por aqui. Piotr quer ainda uma indemnização de cinco milhões de euros por danos irremediáveis à sua reputação e carreira. Já que, segundo o segurança, a Netflix nunca teve permissão para usar a sua imagem, nem quis ouvir a sua versão da história.
Até à data, a Netflix ainda não se manifestou face às exigências de Piotr ou às alegações de Shimon Hayut, que também já ameaçou avançar com um processo em tribunal contra a plataforma de streaming.