Benedict Cumberbatch, ator britânico conhecido pelo papel de Sherlock Holmes na série “Sherlock” da BBC e como Doutor Estranho no universo Marvel, é assombrado pelo passado esclavagista da família. O artista pode ter de pagar indemnizações aos descendentes dos escravos que trabalhavam nas plantações de algodão e açúcar de que a sua família detinha nos Barbados.
David Denny, secretário-geral do Movimento das Caraíbas pela Paz e Integração, em declarações ao “Telegraph” explicou que “todos os descendentes de proprietários de plantações brancos que beneficiaram do tráfico de escravos devem pagar indemnizações, incluindo a família Cumberbatch”.
A iniciativa partiu do governo dos Barbados que criou uma comissão para "reparar" os danos provocados pela escravatura exercida por estas famílias. O dinheiro seria usado para investir em melhores infraestruturas e habitação, bem como para apoiar a educação e melhorar os cuidados hospitalares.
Foi Abraham Cumberbatch, antepassado do ator, que comprou a plantação Cleland nos Barbados, em 1728. Viveram lá mais de 250 escravos até que, cerca de 100 anos depois, a escravatura foi abolida no Reino Unido. Na altura, como teve de acabar com as plantações, a família Cumberbatch foi indemnizada com uma fortuna correspondente a mais de um milhão de euros nos dias de hoje.
O ator interpretou o papel de um dono de escravos no filme “12 Anos Escravo”, que venceu o Óscar de Melhor Filme em 2014 e, antes disso, em 2006, Benedict Cumberbatch fez parte do elenco do filme “Amazing Grace” que retrata a luta pela abolição da escravatura no Reino Unido.
De acordo com o “Daily Mail”, à época, o artista terá dito que o personagem que interpretou, William Pitt, foi “uma espécie de pedido de desculpas” pelo passado da sua família. Confessou ainda que a sua mãe o aconselhou a omitir o apelido para salvaguardar a sua carreira profissional.