Erro ou estratégia, vários exemplares de "Na Sombra" chegaram ao mercado espanhol. Além do "The Guardian", também o "Daily Mail" já publicou excertos do livro de memórias, que só deveria estar à venda a 10 de janeiro.
Sabe-se agora que Harry e William pediram ao pai para não voltar a casar-se, que Meghan terá ofendido Kate pouco tempo depois de esta ter sido mãe pela terceira vez, e que Harry atravessou duas vezes o túnel onde a mãe morreu, à mesma velocidade a que o carro da princesa seguia. O duque de Sussex conta ainda que consumiu cocaína aos 17 anos e que matou 25 talibãs durante o período em que esteve na guerra no Afeganistão.
Harry admite que consumiu cocaína aos 17 anos
Em 2002, durante o Jubileu de Ouro da avó, a rainha Isabel II, Harry teve de ser levado para um gabinete, depois de um jornalista o questionar sobre o consumo de drogas. Interrogado por um funcionário do palácio sobre se consumia estupefacientes, Harry admite que mentiu. Além de álcool e de canábis, o príncipe conta que consumiu cocaína pela primeira vez aos 17 anos , durante uma caçada. No entanto, não considerou a droga "muito divertida". "Fez-me sentir diferente, e esse era o meu objetivo", descreve o "Daily Mail".
O duque de Sussex revela ainda que, na segunda passagem pelo Afeganistão, onde combateu ao serviço do exército britânico, matou 25 talibãs. Em "Na Sombra", Harry conta que não os via como pessoas, mas sim como "peças de um jogo de xadrez que tinha tirado do tabuleiro".
A oposição de Harry e William ao casamento de Carlos e Camilla
Carlos casou-se com Camilla em abril de 2005, praticamente oito anos depois da trágica morte da princesa Diana. O duque explica que, juntamente com o irmão, temeram que Camilla fosse uma “madrasta malvada como nas histórias”.
Disse que nada fizeram para atrapalhar o relacionamento do pai, mas que lhe pediram para não voltar a casar-se. Harry confessa que Carlos tentou conquistar os filhos antes de apresentar Camilla ao público. Segundo o Daily Mail, o duque de Sussex explicou que se preparou para o primeiro encontro com Camilla como para uma injeção: “fecha os olhos e nem sequer a sentirás”.
O insulto de Meghan a Kate antes do casamento
Durante a preparação para o casamento dos duques de Sussex, em maio de 2018, Meghan disse a Kate que ela devia ter "cérebro de bebé por causa das hormonas", refere o "Daily Mail". Kate tinha sido mãe pela terceira vez menos de um mês antes e ficou ofendida com o comentário da cunhada.
A duquesa de Sussex sentiu-se igualmente injustiçada por ter sido repreendida por causa do comentário. E foi William, num encontro entre os dois casais após a lua de mel de Harry e Meghan, quem o fez. O príncipe terá apontado o dedo à cara da cunhada e disse que Meghan tinha sido "malcriada".
"Essas coisas não se fazem aqui", terá dito William. De acordo com o relato do livro, Meghan disse ao cunhado para tirar o dedo de frente da sua cara e pediu a Kate para a avisar da próxima vez que ficasse ofendida.
A primeira vez que Meghan falou das quezílias com Kate foi na entrevista com Oprah Winfrey. Na altura, Meghan confessou que o desentendimento a tinha feito chorar e que Kate tinha assumido a culpa e pedido desculpas.
Harry passou duas vezes pelo túnel em que morreu a princesa Diana
A 31 de agosto de 1997, Lady Di morria na sequência de um acidente de carro no túnel da Pont de l'Alma em Paris. Harry recorda no seu livro o momento em que passou no mesmo túnel onde a mãe morreu.
Na altura com 23 anos, estava em Paris para assistir à semifinal do campeonato mundial de rugby e foi-lhe atribuído um motorista. Na primeira noite, pediu ao condutor que o levasse ao túnel à velocidade exata a que o carro da mãe seguia no momento do acidente, sensivelmente 104 quilómetros/hora.
Conta que, antes de chegar ao túnel, passou pelo hotel Ritz, onde a mãe tinha jantado com o namorado, Dodi al Fayed. Assim que chegou à entrada do túnel, passou por cima da saliência que terá feito o Mercedes da princesa despistar-se e diz que mal a sentiu.
Segundo a "People", Harry descreve como se inclinou para a frente, contou os pilares de cimento e os seus batimentos cardíacos e em poucos segundos já tinham ultrapassado o túnel. Inclinou-se para trás e disse: "é só isto? É...nada. Só um túnel a direito".
O duque de Sussex revela que, até àquele momento, tinha imaginado o túnel "como uma passagem traiçoeira, inerentemente perigosa, mas era apenas um túnel curto, simples. "Não há razão para alguém morrer lá dentro", terá escrito no livro.
O príncipe voltou a passar no local mais uma vez. "Queria sentir naquele túnel o mesmo que senti quando recebi os relatórios da polícia [com os detalhes da morte da mãe]. Incredulidade. Dúvida. Em vez disso, naquela noite, todas as dúvidas se dissiparam."