O novo gelado da Olá está a causar controvérsia nas redes sociais. Trata-se do Solero Barrinha, de manga com baunilha e com apenas 50 calorias. O mote desta sobremesa é "um gelado de queimar", o que não agradou a certas criadoras de conteúdo portuguesas.
Promovida por personalidades como Sofia Arruda, Madalena Abecasis e Alice Trewinnard, esta comunicação gerou indignação a influenciadoras como Bárbara Corby, Adri Silva, Inês Rochinha e Lara Carrasco, que se posicionam contra a campanha, ligando-a à promoção de distúrbios alimentares.
Este gelado, que é também o primeiro sem pauzinho, tratando-se apenas de uma barra, é comunicado através de um pequeno vídeo que mostra quatro raparigas na praia, deitadas na toalha. Quando chega a altura de irem à água, três delas levantam-se e a quarta fica na toalha. Esta última faz três flexões antes de se dirigir para o mar, aparecendo, então, o slogan "um gelado fácil de queimar".
A promoção deste snack que está à venda por 1,50€ não agradou a toda a gente. Sofia Arruda partilhou duas histórias no Instagram a mostrar uma geleira da marca Polarbox repleta destes gelados e Alice Trewinnard fez um vídeo a deliciar-se com vários.
Porém, outras criadoras de conteúdo já se vieram opor à campanha publicitária. "O ano é 2022 e ainda se fazem publicidades que acabam por ser um gatilho para distúrbios alimentares e culpa por se estar a comer uma suposta coisa errada e pode não ser assim tão fácil de queimar", começou por escrever Adri Silva.
"Fico triste em ver que mesmo que se fale tanto sobre estes temas, que se tente informar as pessoas, existe um desserviço enorme por marcas tão grandes como a Olá. Espero que quem me segue saiba que pode comer o que quiser e não sentir uma culpa tremenda", salvaguardou, ainda.
Bárbara Corby partilhou uma fotografia de um bolo de chocolate "maravilhoso cheio de açúcar" e pediu: "Nunca sintam culpa por comer algo que gostam!". "É tão saudável ter uma alimentação no dia a dia como comer um belo gelado na praia cheio de calorias sem culpa!", acrescentou.
"Comi um gelado e não o queimei a seguir", publicou Lara Carrasco, que considera que "nem há palavras", para o sucedido e pede aos seguidores que "comam gelados à vontade". "Ainda existem marcas que nos tentam influenciar a querer queimar algo que comemos com tanto gosto... como é possível", refletiu.
A criadora de conteúdos sente-se "feliz" por não se ter considerado "aquela campanha como 'normal'". Inês Rochinha acha que a campanha publicitária em causa vem "alimentar uma sociedade que vive refém de uma 'diet culture'" e também promover distúrbios alimentares.
"Comam a porra do gelado sem culpa. Não precisam de queimar as '50 calorias'. É uma irresponsabilidade", declarou, identificando a Olá e, mais tarde, condenando a agência de comunicação responsável por este marketing que vê como "absurdo e medíocre".
No Twitter também já foram publicadas críticas ao anúncio em questão, que já foi removido da página de Instagram da Olá. Questionam "até quando esta promoção gratuita e casual de distúrbios alimentares" e "a obsessão nojenta por calorias", classificando como "um gatilho enorme".
Esta campanha publicitária é da autoria da agência de publicidade O Escritório, fundada em 2012, e conta com outro vídeo com a mesma premissa, mas desta vez com uma mãe, que, depois de comer o gelado em questão, levanta cada um dos seus filhos gémeos como se de pesos se tratassem.
A MAGG contactou a agência de comunicação Notable, responsável pela divulgação da campanha, na tentativa de obter uma reação por parte da Olá (marca que pertence ao grupo Unilever), mas, até ao momento, tal não foi possível.