Jessica Athayde não esconde o sofrimento pelo qual passou durante a gravidez. Em conversa com Mariana Cabral, conhecida como Bumba na Fofinha, no podcast "Reset", contou que além de deprimida e de não sentir conexão com o bebé, vomitou durante os nove meses.

Quando Oliver nasceu, em junho de 2019, fruto da relação com Diogo Amaral, o ex-casal estava numa relação, mas não vivia junto. "Não estava particularmente feliz na minha relação. (...) Ganhei um ódio, que dizem que é hormonal... Eu odiava o Diogo, para mim ele podia ter levado com um autocarro em cima que estava tudo certo. Eu odiava-o, a ele e a várias outras situações na minha vida."

"Havia, obviamente, algumas questões de falha da parte dele, várias, mas o lado hormonal matou-me", revelou, no podcast. Apesar de a gravidez ter sido um período difícil, Jessica confessou que ninguém a preparou para o pós-parto. Depois do nascimento de Oliver, a atriz fechou-se em casa durante um mês e mal recebeu visitas. "Não queria que ninguém chegasse perto. Tinha medo quase do oxigénio."

Fazendo uma retrospetiva, a atriz recordou que essa fase da sua vida não correu bem e que ficou "mesmo doida". "Eu não tinha medo que ele morresse, literalmente eu tinha medo da vida em geral", explicou a Mariana Cabral, sublinhando que o filho era intolerante à lactose, não comia, não dormia e, além disso, "a situação com o Diogo [Amaral] não era espetacular".

Apesar de todas as dificuldades, Jessica nunca desejou não ter sido mãe e disse que o filho era "lindo de morrer". Sobre a atual relação com Diogo Amaral, não partilhou pormenores, mas garantiu que, por ser o pai do filho "é diferente", dado que tem por ele um "respeito especial". "No nosso futuro, se vamos voltar a estar juntos ou não, não sei, se calhar vamos ou se calhar não vamos, mas não ponho completamente fora de hipóteses na minha vida não estar. E, se estiver, com certeza que voltarei a engravidar e a odiá-lo e a separar-me outra vez", brincou a atriz.

"Ia no carro e pensava 'eu sou melhor do que isto'"

Apesar de considerar que o seu maior fracasso profissional foi enquanto jurada do "Dança com as Estrelas", concurso da TVI, Jessica Athayde acredita que falhou no "Princípio, Meio e Fim". A série televisiva da SIC foi o primeiro projeto da atriz depois da maternidade.

Durante o podcast, sublinhou que foi muito bem recebida, mas se sentiu inferior. "Eu estava ali com monstros (...) Às vezes ia no carro, para casa e pensava 'eu sou melhor do que isto'. Era um projeto, também, especial, porque de repente estás a fazer coisas sem sentido absolutamente nenhum, a ter graça sem tentar ter graça... E havia ali tempos e momentos que eu sentia que podiam ser muito melhores da minha parte."

Jessica teve um contrato de exclusividade com a TVI durante vários anos. Recordando a sua carreira, contou que as oportunidades que iam surgindo, eram "sempre aquém" do que sentia que podia fazer e que tinha "sempre fome para mais". "Estive anos a sentir que não era valorizada, estive anos a sentir que não estava a evoluir, que estava 'acanhada' ", explicou, mencionando questões que, ao longo do percurso na televisão, foram surgindo na sua cabeça: 'Sou eu que não sou talentosa? São eles que não gostam de mim?'".

A anorexia nervosa e a relação com a comida

Na conversa com Mariana Cabral, foi abordado o tópico da anorexia nervosa emocional de Jessica Athayde que, ainda que, agora, a saiba controlar, faz parte da sua vida há vários anos. A atriz explica que a condição está relacionada com um estado de ansiedade tal que deixa de conseguir comer.

Hoje pesa 65 quilos, contudo, na última crise, atingiu os 42 quilos, fase que ultrapassou com recurso a técnicas de Medicina Chinesa. "As pessoas olhavam para mim e diziam 'Jessica, estás ótima'. Não faziam ideia (...) Muitas vezes, quando estás magra e estás infeliz, as pessoas olham para ti e dizem 'estás tão bem, estás com um brilho nos olhos' e eu a morrer (...) As pessoas gostam da magreza."

Jessica confessa que se sente mais feliz com o corpo que tem, neste momento, do que quando, num período normal da sua vida, pesava cerca de 55kg. Ainda assim, se pudesse mudar alguma coisa em si, gostava de ser "mais segura".