Fomos visitar o Gambar no Páteo, o restaurante que alega ter "as melhores gambas do Mundo". A história deste estabelecimento começou em 2020, quando surgiu o primeiro espaço, o Gambar no Cais, no Cais do Sodré. Dado o sucesso, expandiram para o Páteo Bagatela, a uns minutos a pé do Marquês de Pombal, também em Lisboa.
"Desde muito novo que tudo o que eu faço é comer", começou por explicar o responsável pelo espaço, Tiago Drummond. Auto-intitulado "foodie", largou o ramo da tecnologia para se aventurar na área da restauração. Fê-lo por impulso, quando, a meio de um almoço, decidiu comprar o restaurante em questão.
A hamburgueria Blue Jeans seria a precursora de outros projetos, entre os quais os focados em gambas. E porquê gambas? Esta variedade de camarão de maior porte (assim como esclarece a "RTP"), tal como indica o nome, é o ex-libris do restaurante, graças a Dimas Cavallo, o chef executivo.
"Fiquei farto da típica gamba cozida, sem sabor, sem graça, cara. Nada me entusiasmava", queixou-se Tiago Drummond. "Tu é que estás a comer mal", retorquiu o chef, que lhe serviu a sua sugestão deste crustáceo. Foi aí que encontraram a inspiração para este negócio.
Mas Tiago Drummond avançou com uma condição: "Sempre que fizermos qualquer coisa, vai ser a melhor coisa do Mundo". O responsável admite querer "sempre o melhor" e, consequentemente, "as melhores gambas do Mundo". Estabelecido o acordo, surgiu o verbo "gambar".
No Gambar no Páteo, a carta "é mais elaborada" do que no do Cais e a dimensão do espaço também é maior. O mais recente "está mais concentrado na gamba e no polvo", sendo que todos passam por carvão biológico "tailandês, feito da sobra da casca do coco".
Aqui, o foco são reinterpretações de pratos tradicionais da comida portuguesa, com um twist. Prova disso mesmo é a tiborna de gambas, que, originalmente ribatejana e com bacalhau, é servida com gambas, bacon e queijo gratinados, com um molho do género de maionese, em fatia de pão de Mafra grelhada (12,90€) — e foi um dos nossos favoritos.
As gambas à Gambar são mais convencionais. "São as nossas gambas mais próximas do que é a gamba tradicional. Foi uma guerra entre mim e o chef", reconhece Tiago Drummond, sobre estas gambas grelhadas com molho de vinho branco, limão, manteiga e alho (19,90€).
Outro dos êxitos é o polvo do chef, que consiste num tentáculo de polvo em polme estaladiço de ervas e cerveja, em cama de puré de batata com queijo e molho de tomate especial (25€). Na mesa onde estávamos, houve quem dissesse que era "demasiado tenro". De facto, era tão macio que chegava a chocar, mas no bom sentido.
"Eu só trabalho com polvos de cinco ou seis quilos", assegura Dimas Cavallo, que "sempre" desejou dedicar-se ao bacalhau. Antes de fazer vida da cozinha, era executivo, uma vocação que abandonou "há cerca de 15 anos". O bacalhau à Gambar surge como posta grelhada em cama de grelos salteados, coberta com puré de azeitonas pretas (22€).
"O homem é um génio", profere Tiago Drummond, mais do que uma vez, sobre o chef executivo, que dividiu o menu em setores como petiscos, opções vegetarianas, saladas, sopas, bifes (há cinco sugestões), bacalhau, polvo e gambas. Para sobremesa, há opções como o toucinho do céu. "Agora chama-se 'sacrilégio'", brinca o responsável.
No que toca às bebidas, este restaurante pet-friendly (que conta com esplanada) dispõe de uma ampla variedade de cocktails clássicos, de autor e mocktails. Embora as propostas sejam saborosas, a estrela é, de facto, a gamba, que surge na consistência certa e com um sabor que é cada vez mais difícil de encontrar.