Quando se fala em DJs, o nome "David Guetta" é um dos que vêm logo à cabeça. O produtor musical francês de 55 anos é um dos mais conceituados da área. E foi ele o escolhido para encerrar o primeiro dia da 25.ª edição do festival MEO Sudoeste, que aconteceu esta quarta-feira, 9 de agosto.

A MAGG está no MEO Sudoeste e, ao longo dos próximos dias, vai contar-lhe tudo. Depois de Giulia Be, Niall Horan e Xutos & Pontapés, foi este DJ quem subiu ao palco principal, com um ligeiro atraso. Dizemos-lhe como correu a atuação, do nosso ponto de vista.

David Guetta vai receber 1 milhão de euros para atuar em festa popular. É o cachê mais caro de sempre
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A popularidade de David Guetta é tal que o artista até já pede cachês de quase um milhão de euros para atuar em festas populares. A 20 de agosto vai estar nas festas de Vigo, em Espanha, e, para esta presença, terá exigido 932.085 euros (já com IVA incluído), assim como divulgou o "La Voz de Galicia".

Tornou-se, assim, a atração mais cara de sempre da história deste evento. Mas será que se justifica? Nós já tirámos as nossas conclusões. Apesar de a performance de Guetta no MEO Sudoeste de 2023 ter sido a primeira vez que o vimos ao vivo, está longe de ser a estreia do DJ em território nacional (ou sequer no festival da Zambujeira do Mar).

"É bom estar de volta. Adoro este festival". Foi assim que deu início ao concerto, inaugurando-o com o tema "I'm Good (Blue)", o remix que tem com Bebe Rexha e que, nos últimos tempos, tem mantido um lugar cativo nos tops das músicas mais ouvidas em Portugal. Um arranque forte. Seria um bom presságio?

Ainda nesta primeira música, Guetta baixou significativamente o som e os festivaleiros não o deixaram ficar mal, assumindo o controlo. Seria a primeira de muitas vezes que faria isto, com o objetivo de ouvir a multidão a cantar. Porém, à medida que o concerto foi avançando, aumentou o silêncio.

A maior parte do concerto são espetáculos de luzes e de fumo. Lasers coloridos, que se movem ao ritmo da batida, e fogo ocasional. Tudo visualmente apelativo — e bom material para o Instagram. Já as aparições do DJ nos ecrãs gigantes não são assim tão frequentes.

Quando surge, vem a preto e branco. Fala muito pouco, e poucas palavras de cada vez, que vai soltando para tentar puxar pela "tribo". Assistimos ao concerto bastante longe do palco, pelo que, para nós, estas intervenções funcionavam como que um lembrete de que ainda estava ali alguém e que não era apenas música a tocar estilo discoteca.

O concerto foi uma montanha russa. Tanto estávamos no topo, quando Guetta passava hits do momento ou clássicos intemporais, como voltávamos cá a baixo e ponderávamos ir à nossa vida. A sensação com que ficámos foi a de que o francês vai alternando as músicas com uma batida mais house (que não é bem o nosso estilo).

Esta organização faz sentido, uma vez que o DJ de 55 anos é especialista em música eletrónica. Mas não significa que resulte — pelo menos para toda a gente. "Preciso da vossa energia", chegou a pedir. Ela vai desvanecendo, enfraquecendo, assim como o concerto, que teríamos abandonado mais cedo, não fosse por esta crítica (já passava meia hora das três da manhã e ainda tocava).

Mas depois, quando já estamos a "scrollar" nas redes, Guetta solta o dedo e lança uma música poderosa. Estamos de volta. Referimo-nos a êxitos como "What Is Love" (Haddaway), "One Kiss" (Dua Lipa), "Love Tonight" (Shouse), "I Gotta Feeling" (Black Eyed Peas), "A Sky Full of Stars" (Coldplay) e "Wake Me Up" (Avicii), todos com as versões do DJ.

Os originais do artista, como "Titanium", "Sexy Bitch" e "Play Hard", são, sem dúvida, o ponto alto da sua atuação, que, em suma, nos deixou baralhados. Tanto teve momentos que adorámos como outros em que só queríamos ir embora. Podendo escolher, e com base no nosso gosto, removeríamos a batida em excesso para evitar os tempos mortos.

Ainda assim, a nostalgia que sentimos ao ouvir ao vivo temas que tocavam em loop na nossa pré-adolescência fez com que valesse a pena. Se pagávamos bilhete de propósito para rever Guetta? Não. Não enquanto festivaleiros e muito menos enquanto responsáveis por um festival (como o de Vigo).