O primeiro episódio pode enganar, mas os restantes fazem por dissipar quaisquer dúvidas. "The Shrink Next Door", que se estreou esta sexta-feira, 12 de novembro, na Apple TV+, não é uma comédia típica. Na verdade, e embora o arranque demore apenas 35 minutos, a duração média de uma qualquer sitcom, os restantes capítulos chutam a série para os campos dramáticos de uma história baseada em factos reais e com episódios a rondar os 50 minutos.
Protagonizada por Paul Rudd ("És o Maior, Meu!") e Will Ferrell (do icónico filme natalício "Elf — O Falso Duende"), "The Shrink Next Door" começa em meados de 1982 e apresenta-nos Marty (a personagem interpretada por Ferrell) que, percebemos de imediato, vive assolado por constantes ataques de pânico que se intensificam em resposta a qualquer situação de confronto.
É nesse contexto que Marty, aconselhado pela irmã, procura ajuda psicológica.
O psiquiatra que tratará de o acompanhar ao longo de várias décadas é Isaac (Rudd), que embora demonstre vontade de o ajudar, rapidamente percebemos que o gesto não passa de uma fachada para se poder intrometer na vida social — e financeira — do seu paciente.
E este psiquiatra revela-se muito rapidamente ao espectador como quando, por exemplo, decide passar mais tempo com Marty fora do seu consultório, mas com uma contrapartida: cobrando-lhe mais dinheiro por cada consulta pelo tempo extra que dedica a Marty, mesmo que esse tempo não seja passado em contexto profissional.
No fundo, "The Shrink Next Door" conta uma história abusiva de manipulação que foi tão verdadeira que chegou a dar um podcast, dando-nos a conhecer o caso de um psiquiatra que se aproveitou de todos os seus pacientes, manipulando-os e roubando-lhes dinheiro, antes de desaparecer sem deixar rasto.
Transportada para a ficção através da Apple TV+, a série é mais negra do que o primeiro episódio parece demonstrar e toma algumas liberdades criativas nesta adaptação.
Criada por Georgia Pritchett e realizada por Michael Showalter, os oito episódios contam com um elenco composto por nomes como Kathryn Hahn, Casey Wilson, Gable Swanlund, Sarayu Blue ou Allan Wasserman.