Para a maioria das pessoas, uma crise de meia idade pode significar a aquisição de um Ferrari, fazer uma ultramaratona ou uma mudança drástica de imagem. Para Tiago Dores, 46 anos, é lançar o primeiro projeto digital em nome próprio.

"Política Para Quem Não tem Pachorra para Política" chega ao Instagram de Tiago Dores (e também à plataforma Spotify) esta sexta-feira, 11 de março e pretende falar "sobre política de forma simplificada, dirigida a todos os que não percebem ou não têm disponibilidade, mas querem estar a par do que se passa no país e no mundo". Isto é o que diz o comunicado. E o que diz Tiago Dores? Fomos saber o que é "Política Para Quem Não tem Pachorra para Política" e porque é que o ex-Gato Fedorento decidiu lançar-se agora no mundo digital.

"O porquê do agora talvez tenha a ver com uma crise de meia-idade. Quer dizer, é provável que esteja a ser demasiado optimista. Crise de 3/4 de idade. O porquê do formato prende-se com o facto de ter ouvido dizer que isto das redes sociais é moderno, e o Instagram então, ui!, bota moderno nisso", conta Tiago Dores à MAGG.

Sobre o primeiro episódio, já há certezas. "Essa sei! Comunismo e fascismo: prós e contras. É um tema fácil, pois só tenho de abordar a segunda parte", explica o humorista e guionista. Quanto ao futuro, logo se vê. "Não faço ideia, também estou curioso; vão ser vídeos curtos de 2/3 minutos; em princípio abordarei um ou dois temas por episódio. Reparou-se que ainda não sei muito bem o que isto irá ser?", conta o humorista.

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Numa altura em que o mundo vive, novamente, o sobressalto da guerra, com o cada vez mais grave conflito na Ucrânia, um nome sobressai como herói de uma história que, na ficção, terminaria com um final feliz: Volodymyr Zelensky, o presidente do país invadido por Vladimir Putin, também ele um humorista. Questionámos Tiago Dores sobre que pontos em comum têm estas áreas, a política e o humor, por vezes tão distantes. "Pelos vistos tocam-se em vários pontos. Não só o Zelensky é um comediante que se tornou político, como estamos bastante habituados a ver políticos que são uma anedota".

Seja "em tempo de guerra, ou de paz", Tiago Dores está certo de qual é o papel do humor no meio desta História toda. "Tornar a vida ligeiramente mais suportável, talvez".

O humorista, guionista e colunista do diário online "Observador" é um dos fundadores dos Gato Fedorento, coletivo de humor criado em 2003 e composto por José Diogo Quintela, Miguel Góis, e Ricardo Araújo Pereira (e, claro, por Tiago Dores).

O último projeto dos Gato Fedorento foi emitido em 2013 na SIC, um especial intitulado "A Solução". José Diogo Quintela e Miguel Góis fazem parte da equipa de guionistas de "Isto é Gozar Com Quem Trabalha", programa semanal da SIC conduzido por Ricardo Araújo Pereira. Além da coluna semanal no "Observador", Tiago Dores faz parte, juntamente com Carlos Guimarães Pinto e Alberto Gonçalves, do podcast Comité Central.