
Já ouviu falar na palavra "endométrio"? E no cancro do endométrio? É, na verdade, a neoplasia ginecológica mais frequente no nosso País, com nada mais nada menos do que 1401 casos anuais. Este cancro causa cerca de 439 mortes todos os anos, não estivesse ele entre os dez cancros com maior incidência nas mulheres.¹
Esta doença afeta predominantemente mulheres após a menopausa (mais de 90% dos casos ocorre em mulheres com mais de 50 anos), mas também pode ocorrer em mulheres mais jovens (4% dos casos surgem antes dos 40 anos).²
Para um desfecho positivo, é muito importante diagnosticá-lo de forma precoce, já que as taxas de sobrevivência são mais elevadas. Aliás, a maioria dos casos (75-80%) são diagnosticados precocemente. Saiba mais com o Guia do Cancro do Endométrio e passe a palavra. Uma simples partilha pode ajudar a conhecer mais sobre esta doença.
"O cancro do endométrio é o cancro ginecológico mais frequente, apesar de não ser o mais mortal e, quando detetado numa fase inicial, tem um bom prognóstico. Para que seja diagnosticado precocemente, uma vez que os rastreios regulares não são recomendados, é importante que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas que podem levantar suspeita de doença", reforça a Diretora Médica da GSK Portugal, Neuza Teixeira.
Dos fatores de risco aos sintomas e tratamento
"Apesar de se desconhecer a origem desta doença, os estudos científicos revelam que o cancro do endométrio necessita de estrogénio para se desenvolver. Está associado a hábitos de vida menos saudáveis e a condições como a obesidade. A gordura corporal no organismo transforma-se em estrogénio e isso constitui um terreno fértil para o desenvolvimento da doença oncológica", afirma a presidente da Associação MOG - Movimento Oncológico Ginecológico, Cláudia Fraga.
O principal fator de risco modificável para o cancro do endométrio é a obesidade, mas também são considerados fatores de risco a diabetes mellitus, a infertilidade, nunca ter engravidado, a menarca precoce (primeira menstruação) e a menopausa tardia.
O que explica esta ligação à menopausa? "Entre os vários fatores de risco identificados, destaca-se a exposição ao estrogénio não contrabalançada pela progesterona. Após a menopausa, os níveis de progesterona tornam-se residuais, mas a produção de estrogénios continua a ocorrer no tecido adiposo, o que pode levar ao desenvolvimento de células endometriais anómalas e, consequentemente, ao cancro", justifica a Dra. Mónica Pires, Ginecologista Oncológica, membro da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), entidade científica de referência na área de saúde da mulher.
E à obesidade? "A obesidade aumenta o risco de cancro do endométrio através de vários mecanismos, que podem atuar em conjunto. Nestes casos, verifica-se frequentemente estímulo contínuo de estrogénios produzidos pelo tecido adiposo (sem oposição da progesterona), resistência à insulina, diabetes, síndrome do ovário poliquístico e um estado inflamatório crónico, todos eles fatores que favorecem a carcinogénese. A obesidade é, contudo, o principal fator de risco modificável, e a sua correção pode contribuir para a redução de outros fatores, como a diabetes e o estado inflamatório crónico", menciona a mesma médica.
O sintoma mais comum do cancro do endométrio é a hemorragia uterina anómala (qualquer sangramento vaginal que não seja considerado normal em termos de frequência, duração, volume ou padrão). "Mais de 80% dos casos de cancro do endométrio manifestam-se por hemorragia vaginal. Por isso, qualquer perda de sangue genital na pós-menopausa, mesmo que escassa, deve ser sempre investigada", reforça a ginecologista.
"Pode ocorrer alteração do padrão menstrual, com aumento do fluxo, prolongamento da menstruação ou perdas de sangue entre períodos, que podem ser mais ou menos abundantes. Em casos mais raros, apenas se nota uma alteração do corrimento vaginal, tornando-se mais abundante, aquoso ou sanguinolento. Pode ainda ocorrer hemorragia durante as relações sexuais ou, em fases mais avançadas, dor pélvica, queixas urinárias ou intestinais", refere a Dra. Mónica Pires.
O tratamento do cancro do endométrio depende do estadio da doença, do tipo histológico, do subtipo molecular e de outros fatores individuais. A investigação no cancro do endométrio evoluiu de forma significativa nos últimos anos, com a introdução de novos tratamentos que mostraram benefícios relevantes em ensaios clínicos.
"A prevenção passa pela vigilância da nossa saúde e por encarar qualquer tipo de sintoma persistente como um alerta e que não seja descurado", reforça, destacando ainda "uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício físico", diz Cláudia Fraga.
A importância do "passa a palavra"
É fulcral consciencializar a população para o cancro do endométrio e para a importância dos exames regulares, que fazem toda a diferença na prevenção e deteção precoce. Nesse sentido, as mulheres devem optar pela vigilância de rotina com ecografia ginecológica.
"A ideia de desenvolver este guia parte dessa necessidade – aumentar o conhecimento e a literacia sobre o cancro do endométrio – e, paralelamente, servir como uma ferramenta útil, com informação atual e rigorosa, desenvolvida por especialistas clínicos com muita experiência no acompanhamento destes casos, para que todas as mulheres que enfrentam um diagnóstico de cancro do endométrio encontrem aqui tudo o que necessitam para enfrentar essa jornada com confiança e esperança", justifica Neuza Teixeira.
A realização de exames regulares é crucial. O Guia do Cancro do Endométrio vem contribuir para a literacia em saúde da população. "Na GSK, acreditamos que o nosso compromisso vai além de proporcionar novos tratamentos. Por isso, investimos em iniciativas e projetos que promovam a literacia em saúde, uma estratégia poderosa na luta contra o cancro", aponta.
"Este guia tem, precisamente, esse objetivo: partilhar informação atualizada sobre o cancro do endométrio e facilitar, apoiar e orientar a jornada das doentes e de quem as acompanha. Defendemos que cada pessoa com cancro merece uma abordagem que combine ciência inovadora, acesso a tratamentos e apoio ao longo da jornada e este projeto enquadra-se nessa visão holística e integrada", termina.
"No dia 22 de setembro tivemos uma conferência na Fundação Champalimaud na qual fizemos o lançamento oficial do Guia do Cancro do Endométrio, com o objetivo de aumentarmos a literacia e darmos a conhecer os sintomas e os meios de diagnóstico e tratamento deste cancro", menciona Cláudia Fraga.
"Esperamos ajudar as mulheres a adquirirem conhecimento e ferramentas que contribuam para a sua jornada de doentes e os cuidados a que devem ter acesso, incluindo apoio psicológico e emocional", reforça, sobre esta iniciativa.
Além disso, a Associação MOG promoveu também o Setembro Roxo com diversas ações. "Roxo é a cor dos cancros ginecológicos e a 20 de setembro assinala-se o Dia do Cancro Ginecológico", explica-nos.
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Para mais informações, consulte o seu médico.
NP-PT-AOU-JRNA-250003 | 09/2025
¹Globocan 2022. Portugal Country Fact Sheet. Disponível em: https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/620-%20portugal-fact-sheets.pdf [Consultado em junho de 2025].
²Verywell Health. The Endometrium and Its Role in Reproductive Health. Disponível em: Endometrium: Anatomy, Function, and Related Conditions. [Consultado em junho de 2025].