
Já lá vai o tempo em que ter carro próprio era uma necessidade imposta pelas deslocações constantes a que a vida nos obriga. Agora, é sinónimo de gastos inesperados e expressivos, de stress, de trânsito e de tempo perdido. Vamos falar-lhe de algumas alternativas que o levarão na mesma a onde precisa (e com vantagens).
As sugestões que abordamos têm em comum três pilares: a liberdade, a conveniência e a poupança. O meio ambiente também pesa e bastante nesta equação. Nos dias que correm, até 60% do solo urbano é dedicado a infraestruturas para carros. O que quer isso dizer? As cidades estão construídas para carros em vez de para peões, veículos leves e espaços de lazer onde podemos confraternizar.
Esta negligência traduz-se numa perda de direitos e num aumento da poluição. Aliás, o transporte de passageiros representa quase metade das emissões globais de transporte e é a principal causa de poluição do ar, que cria problemas de saúde graves. No entanto, os carros privados estão parados 95% do tempo.
A população urbana vai duplicar até 2050. As cidades, os cidadãos e o setor dos transportes têm de unir forças e rumar a uma mudança positiva. Se quiser fazer parte dela (e melhorar, sem grandes esforços, a sua qualidade de vida), aqui ficam algumas ideias:
- Ride-hailing: Reduz o uso de carros privados, oferece alternativa partilhada e é solução para o "primeiro e último quilómetro" nas cidades. Enquanto passageiros, temos cada vez mais conveniência e liberdade em definir como escolhemos deslocar-nos, por exemplo ao agendar viagens para horas que nos convenham, ao considerarmos várias paragens numa só viagem, ou até em viajarmos com o nosso melhor amigo de 4 patas;
- Car-sharing: A partilha de carro permite a conveniência de um carro pessoal sem obrigar aos custos e aos incómodos de ser proprietário de um, como as idas constantes e inesperadas ao mecânico, a inspeção, o seguro e as oscilações nos preços dos combustíveis;
- Scooters e bicicletas elétricas: 40% das viagens começam ou terminam perto de transportes públicos e 12% substituem viagens curtas de carro. Optar por deslocar-se em trotinetes ou bicicletas elétricas vai poupar-lhe dores de cabeça como não ter onde estacionar;
- Transportes públicos: Ao escolher viajar em transportes públicos (como comboio, autocarro e metro) vai abdicar de muitas dores de cabeça. Eficientes e seguros, contam com uma rede vasta, que o levará a vários pontos da cidade. Por transportarem um maior número de pessoas, são mais ecológicos. Além disso, são também mais económicos, principalmente para deslocações diárias. Em Portugal, todos os jovens até aos 23 anos podem usufruir de passe gratuito.
Ao utilizar serviços TVDE e/ou transportes públicos, conseguirá tirar maior proveito do seu tempo pessoal, algo impossível quando está a conduzir o próprio carro. Seja ler um livro, responder a e-mails, ficar a par das notícias, ver vídeos, praticar algum hobby (como tricô) ou responder às mensagens que tem por abrir, esta parte do seu dia torna-se muito mais produtiva. Se preferir, também pode dormitar ou apenas apreciar a viagem e o caminho, de forma descontraída.
Ainda sobre tempo, já pensou nos minutos acumulados (que, ao final da semana, se convertem em horas) que passa no trânsito e com os quais não terá de lidar se viajar de comboio ou metro? Vai também diminuir os riscos da condução, no que toca a acidentes, e pode aproveitar para socializar com quem o rodeia.
Dos assentos confortáveis ao ar condicionado, hoje em dia, os transportes estão mais cómodos do que nunca. Alguns até têm wi-fi grátis e entradas USB para que possa carregar o telemóvel. Acabam-se as voltas e voltas à procura de estacionamento, o "para-arranca" e as manhãs estragadas pela má disposição de alguns condutores.
Fazer cidades para pessoas, não para carros, e reduzir a necessidade de ter carro privado é possível incentivando à partilha. Esta é também a missão da Bolt, empresa de mobilidade com mais de 150 milhões de utilizadores, presente em 500 cidades e 50 países.
Criada em 2013 na Estónia, oferece diversas soluções convenientes de mobilidade partilhada, todas elas integradas numa só app — compatível com sistema Android e iOS —, para que possa, da maneira mais simples, rápida e cómoda, escolher a melhor opção para cada viagem.
Tendo estas soluções de mobilidade partilhada em conta, abdicar do carro privado (na totalidade ou apenas com uma maior frequência, diminuindo o número de viagens) deixa de parecer algo impossível. Ao trocar o "conduzir" pelo "andar" não vai tardar a perceber o impacto positivo que isso trará à sua vida. É desta que dá uma oportunidade?