Nunca tinha ido a Itália, não por falta de vontade, mas sim de oportunidade. Na realidade, para mim tudo o que está associado a este país tem um charme especial: arte, história, pizzas, gelados, pastas. Hum... e italianos, claro.
Não fui com o James Bond, mas foi como se tivesse ido. Tinha um dia e meio para ver Roma. O que vale é que levei a minha mãe, que, por sinal, é exímia na planificação de uma viagem.
Ora, para quem não tem esta mãe, e tem poucas horas para conhecer uma das mais belas cidades do mundo, aqui vai uma hipótese de trabalho.
Programa para um dia inteiro
Galleria Borghese
Devido à falta de tempo, o objetivo desta viagem só poderia ser o de passear pelas ruas e sentir o genuíno espírito da cidade, já que se vê arte ao pontapé em cada esquina. Optei por este mimo de galeria, adoro escultura e aqui há do melhor. Sabem a escultura que levaria para uma ilha deserta? Era esta.
Esta escultura de Bernini (um dos maiores artistas do séc. XVII) impressionou-me. Cada pormenor: as rugas, os dedos, os músculos desenhados, a força que está representada e o movimento criado. Para os mais curiosos: Proserpina é filha de Júpiter com Ceres e foi raptada por Plutão, enquanto colhia flores, com quem casou.
E sabem a sorte que tive? Em simultâneo, uma exposição temporária de escultura de Picasso. Vivi uma experiência de contrastes. maginem-se a percorrer as pequenas salas da galeria: atrás, a perfeição do corpo humano tal como é nos oferecida pela pintura e escultura renascentistas (a exposição fixa da galeria); à frente, a louca e extravagante escultura de Picasso. Ora espreitem.
Muita atenção: vale a pena comprar estes bilhetes com antecedência pela internet. Correm o risco de já não conseguirem entrar.
Piazza del Popolo
A grelha de partida do meu percurso pedonal: o princípio da Via Del Corso, a grande avenida que atravessa a cidade (ora entrava, ora saía) e que culmina na Piazza Venezia (já lá vamos). Muitas pessoas vão até esta praça para visitar a Igreja de Santa Maria del Popolo, onde se encontram obras de Caravaggio. Nos tempos do Império, era esta a entrada de Roma.
Piazza di Spagna
Esta é uma das praças mais conhecidas de Roma, não esquecendo, claro, que a sua escadaria já foi cenário de diversos filmes. Aqui desaguam ruas giríssimas. Por exemplo, a Via Condotti, muito popular pelos apaixonados por compras. Passear por esta rua é confirmar que Itália também é moda.
Nunca tinha visto montras tão bem concebidas e originais e, sobretudo, de um extremo bom gosto. Assim que entrava numa loja apetecia-me trazer (só) tudo. Noutras, nem me atrevi a entrar.
Fontana di Trevi
Que mãe é que não se lembra de Marcello Mastroianni na cena do filme "La Dolce Vita", de Frederico Fellini? Cumpri a tradição e pedi um desejo: de costas para a fonte, e mão direita por cima do ombro esquerdo, lancei a moeda à água.
Pantheon
Não me encantou por fora, mas valeu a pena ter entrado. É imponente, até porque ao olhar para este monumento lembro-me imediatamente do facto de ter sobrevivido durante tantas épocas da história, até aos dias de hoje. A cúpula é muito grande e foi restaurada poucas vezes. Ainda existe, passados cerca de 2000 anos, graças aos materiais que os arquitetos romanos usaram na sua construção. A luz que entra pelo chamado "óculo" (a abertura que existe em cima) permite estudos de astronomia.
Este óculo era usado para comunicar com os deuses e ajudava no controlo do peso da cúpula, que, caso contrário, seria excessivo.
Pizza Navona
Uma das mais belas praças de Roma. Tive azar porque dos poucos momentos em que apanhei chuva, este foi um deles. Mas, pelo que percebi, esta praça está rodeada por restaurantes e tem um ambiente muito agradável para quem passeia, onde se vê muitos artistas de rua. No centro, tem três grandes fontes, com esculturas lindas de morrer.
Campo de Fiori
Ainda estava a chover. Antigamente existia aqui um mercado de flores, daí o nome. Nos dias de hoje, é uma mercado mais tradicional, que, para além de flores, tem todas aquelas outras coisas que costumamos encontrar nas feiras. Já só apanhei o desfecho do mercado, por isso se quiserem fazer compras aconselho a irem de manhã.
Piazza Venezia
Já perceberam que Roma está repleta de praças? Cada uma mais bonita que a outra. Esta é mais uma e muito requisitada para as fotografias.
Piazza del Campidoglio
Esta é a primeira praça moderna criada em Roma. Este projeto foi criado por Miguel Ângelo. Antigamente, era no Capitólio que se reuniam os comandantes e militares que conquistavam a honra do triunfo. Hoje em dia, é a sede da Câmara de Roma e é considerado o centro do poder, um dos sítios mais importantes de Roma, sempre associado às atividades políticas e religiosas da cidade.
Dois bairros imperdíveis: Bairro Judeu (Ghetto) e Bairro Trastevere
O primeiro, pela beleza das ruelas labirínticas (bebam aqui o vosso copo de fim de tarde); o segundo, o bairro mais charmoso de Roma, pelo ambiente que se vive (perfeito para jantarem). O nosso Bairro Alto, entendem?
Programa de meio dia
A Roma dos Romanos: Coliseu e Forum
Não, aqui já ninguém é atirado aos leões. Mas que é imponente, é. A visita ao Coliseu e o passeio pelo Forum transportaram-me à Roma antiga. Esta é uma cidade cheia de história, é impressionante.
Quanto a dormidas, sugiro o Hotel Modigliani, um hotel de charme, acessível e muito bem situado. Só tem um senão: a pouca simpatia das senhoras responsáveis pelos pequenos-almoços. Nada que um bom cappuccino não resolva.
Quanto a comidas, acho que já vos disse, mais do que uma vez, que sou apaixonada por comida italiana; por isso, estava nas minhas sete quintas. Quem não gosta de pizzas e pastas? E de tiramisú? E de gelados?
Existem mil opções por todo o lado, quase todas muito boas. Mas, vá, experimentem o Cantina & Cucina (vão cedo ou reservem).
Infelizmente, à cidade do Vaticano já não consegui ir. Vou mesmo ter de voltar. Ciao!