Pensar na Banema apenas tendo em conta a sua origem torna-se redutor quando entramos nesta loja. É certo que começou e continua a ser uma marca de comercialização de madeiras e seus derivados para arquitetura e construção, mas agora é tanto mais do que isso que mais vale fazer uma visita guiada pela loja que abriu no Porto, para se mostrar à cidade.
É que ainda que tivessem um showroom em Paredes, onde fica a sede, o Porto já há muito que pedia um espaço mais próximo, onde arquitetos, designers e clientes podiam ir para escolher materiais e construir ideias. Essa possibilidade nasceu em 2016, quando a Banema ocupou o espaço da antiga Padaria Independente, em pleno Bairro das Artes, nome dado a um quarteirão feito de café, lojas, galerias, ateliers e lojas de autor. Em agosto reabriu com um novo conceito, numa loja dividida em dois. No primeiro piso funciona o Banema Lab, um showroom e laboratório dedicado às madeiras, que serve também de ponto de encontro para arquitetos, decoradores e estudantes da área.
No piso térreo está a Banema Studio, uma loja de design de interiores, com marcas exclusivas, que tanto podem ser de artistas escandinavos como de artesãos de Viseu.
É aqui que Dulce Neves, responsável pelo espaço, nos recebe numa loja que não é uma casa, mas tem tudo para encher uma.
Ao todo são 300 metros quadrados, amplos, iluminados e onde tudo o que vê pode ser comprado ou replicado para que possa encaixar em sua casa.
Todas as peças aqui expostas foram escolhidas por Dulce ou pela equipa da agência Apartamento Creative Hub que, ainda hoje, com a loja aberta, não se deixam ficar pelo que têm nas estantes. "Andamos sempre em feiras internacionais, a correr atrás de tudo o que é novidade", explica Dulce que, ao mesmo tempo que procura coisas novas, vai descontinuando aquilo que já começa a ver à venda noutros espaços. "Queremos marcar pela diferença e ter na Banema produtos que os portugueses só encontrem aqui".
Marcas como a Alguidar Knit, Amor Luso, Apolis, Apotheke, Fragrance, Barbudo Aborrecido, Berriblue e David Groppi estão disponíveis na loja, dando ao cliente a opção de, num só espaço, comprar desde velas a tolhas de casa de banho, incenso, peças de macramé ou candeeiros.
As opções são tantas que até bombons encontramos à venda. Mas aqui, claro, não podiam ser umas meras bolinhas de chocolate. Obra de um arquiteto, estes bombons são esculpidos e pintados à mão e fazem a parelha perfeita com o café de cafeteira que Dulce serve durante os workshops que a loja dinamiza todos os meses.
Já houve um de macramé, outro de cestos e um outro que ensinou a fazer colheres de madeira. Na agenda, está já marcado o próximo. Dia 19 de janeiro, a Banema vai ser palco de uma arte com nome estranho, mas com resultados que dão vontade de dar nova vida a todas as flores lá de casa. Chama-se Kokedama e é uma técnica japonesa que cobre a raiz da planta com musgo, dispensando assim o uso de vaso. "Quando agrupamos estas plantas em grande quantidade, conseguimos criar verdadeiros jardins interiores", prometem na página do evento.