Já lá vai o tempo em que não dávamos importância aos calções de banho. Que atire a primeira pedra quem nunca pensou que não precisava de renovar a coleção destas peças, porque aquelas que tinha dentro da gaveta (que, provavelmente, já não iam para novas) eram mais que suficientes para dar uns mergulhos. Contudo, a DCK veio mudar o paradigma – e prova disso é que, hoje em dia, pais e filhos desfilam pelos areais com as criações desta marca.

Apesar de o nome não o denunciar desde logo, a marca é do mais portuguesa que há. A única particularidade é que não foi em território nacional que a ideia surgiu. Na verdade, foi na outra ponta do mundo, algures nos confins do continente asiático, que três amigos chegaram à conclusão de que isto podia ter asas para voar.

A história desta marca começou em 2009, quando o trio estava de viagem em Bali, na Indonésia, e se apercebeu de que a oferta de calções de banho desse país era muito maior do que a portuguesa – e, diga-se de passagem, muito mais barata. Por isso, aquando do regresso, vieram com a mala cheia dessas peças, que acabaram por "vender a amigos de amigos e na garagem de casa", conta Fernando Costa, sócio e responsável de Marketing da DCK, à MAGG, acrescentando que a iniciativa foi "um sucesso".

fernando costa
créditos: Instagram

No ano seguinte, Duarte Costa, um dos fundadores originais da marca e irmão de Fernando, que só se envolveu no negócio em 2014, fez o mesmo, já sem os outros dois amigos. A peripécia voltou a correr bem, mas veio de mãos dadas com o desejo de começar a produzir as suas próprias criações – e, desde então, a marca não parou de crescer, tendo os calções da DCK começado por serem produzidos em território nacional.

"Até 2014, antes de eu e os meus primos, o Francisco e o Martim, nos envolvermos a tempo inteiro, tinha sido mais ou menos o ano zero da DCK. A partir daí, começámos a fazer as coisas com alguma estrutura e, atualmente, a estatística diz-nos que somos a marca número um de fatos de banho em Portugal", explica o responsável, frisando que a adesão foi tanta que tiveram de procurar fábricas maiores no estrangeiro. Até porque queriam aumentar a qualidade das peças, bem como a quantidade, algo que já não conseguiam fazer em Portugal.

Todos os anos, a DCK lança cerca de 150 calções, todos diferentes entre si. Dos padrões aos materiais de que são feitos, aquilo que distingue esta de outras marcas é, simultaneamente, a tentativa incessante de fazer com que "cada homem sinta que há um fato de banho à sua medida", afiança Fernando Costa.

As coleções, à semelhança da mais recente, Live Life, estão divididas em vários estilos diferentes, para que "tanto um surfista como um advogado consigam encontrar o modelo perfeito". Os Cotton, feitos de algodão, os Sport, mais indicados para fazer desporto, e os Venice, a versão mais clássica, com cintura elástica, rede interior e um corte mais curto, são algumas opções, mas também há uma panóplia de modelos que se rege pela sustentabilidade.

Estamos a referir-nos aos calções que pertencem à linha Hemp, concebidos com recurso ao cânhamo, uma variedade da planta Cannabis da qual se extrai uma fibra, cuja "produção usa três vezes menos água do que o algodão tradicional", explica o sócio. Mas a sustentabilidade não se fica por aqui, já que a DCK conta ainda com outros modelos que também piscam o olho preocupações ambientais, mas de forma diferente (e exclusiva).

É o caso das peças que são feitas com recurso à ciclotecnology. "Não há mais nenhuma marca a utilizá-la", refere Fernando Costa.  Esta é uma "tecnologia patenteada" que, durante o processo de fabrico do poliéster, consiste em "adicionar uma partícula que dá propriedades biodegradáveis ao fato de banho", continua.

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Presente em 30% da coleção, a ciclotecnology é, portanto, sinónimo de uma coisa: na eventualidade de perder os calções no mar ou na praia, por exemplo, eles terão capacidade para se decompor. "O mínimo que nós podemos fazer é devolver aos oceanos aquilo que eles nos dão", afirma Fernando Costa.

Uma coisa é certa: quer no que diz respeito a padrões ou ao modo de confeção, variedade é coisa que não falta na DCK e é impossível que as pessoas se sintam umas iguais às outras – até porque as coleções são limitadas. Isto é, quando um fato de banho esgota, já não poderá encontrá-lo novamente.

Voltando ao início, se já percebeu que precisa de renovar a sua coleção de calções de banho, reunimos algumas sugestões para si – e vão das mais arrojadas, com padrões coloridos, às mais simples e monocromáticas. Pode encontrar as peças no site oficial da DCK ou numa das lojas espalhadas de norte a sul do País.