Aquando de uma visita a Paris, nos anos 90, a princesa Diana foi presenteada com uma carteira Dior. Na altura apelidada de Chouchou, nunca se pensou que este acessório, desenhado em 1995 por Gianfranco Ferré, viesse a tornar-se o ícone que é hoje. O que é certo é que a Lady Dior, como é conhecida atualmente, tendo sido nomeada à imagem da princesa de Gales, é um dos símbolos mais associados à maison francesa.
Esta carteira, que se destaca pelo padrão cannage, uma silhueta mais estruturada e os pendentes com as inicias da marca, não só marcou o estilo da “princesa do povo”, como conquistou um lugar no pódio dos acessórios mais cobiçados do mundo da moda. E se lhe disséssemos que foi reinventada por vários artistas? É verdade – e tudo graças à iniciativa Dior Lady Art.
Desde 2016, a Dior desafia artistas contemporâneos a reinventar a emblemática Lady Dior, infundindo-a com as suas visões únicas, estéticas singulares e referências culturais, enquanto preserva a essência do design original. Agora, os resultados da nona edição do projeto vão estar em exposição na boutique portuguesa da maison, localizada na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
É a primeira vez que Portugal recebe esta exposição, que faz com que o modelo se transforme (ainda mais) numa obra de arte. Desta vez, os protagonistas foram onze: os artistas Sara Flores, Jeffrey Gibson, Woo Kukwon, Danielle Mckinney, Duy Anh Nhan Duc, Hayal Pozanti, Faith Ringgold, Vaughn Spann, Anna Weyant, Liang Yuanwei e Huang Yuxing.
De Anna Weyant, que deu uma pitada surrealista e poética à peça, com uma versão com flores douradas que parecem brotar da carteira, à vietnamita Duy Anh Nhan Duc, que reinterpretou o modelo tendo a sua paixão pela natureza como mote, à qual deu vida através de bordados botânicos e uma trepadeira dourada, as opções são de ficar de queixo caído.
Mas a festa de obras de arte não se fica por aqui. O artista Jeffrey Gibson imprimiu a sua herança nativa americana através de missangas e símbolos de amor e resistência, enquanto Hayal Pozanti optou por uma abordagem cósmica, com paisagens noturnas e estrelas brilhantes como protagonistas, que transformam o acessório num autêntico portal para reflexões íntimas.
Huang Yuxing apostou numa vibe psicadélica, enquanto a versão de Faith Ringgold celebra a luta pela igualdade racial e de género – e a de Vaughn Spann é uma versão geométrica, que simboliza dualidade e energia. Já a criação de Woo Kukwon homenageia momentos da sua vida familiar de forma lúdica, e a de Sara Flores rege-se por padrões do povo Shipibo-Conibo da Amazónia, que destaca a harmonia entre homem e natureza.
Para poder ver estas criações ao vivo e a cores, basta dirigir-se ao número 85 da Avenida da Liberdade. É na boutique da Dior – que é, por si só, uma obra de arte – que se encontram algumas das carteiras que fazem parte da coleção Dior Lady Art, que está também está disponível para aquisição. A mostra inclui 20 peças.