A COVID-19 veio alterar o mundo como o conhecemos. Mais uma prova disso é a indústria da moda, que tem vindo a alterar-se desde que a pandemia começou. Desfiles cancelados, marcas a fechar portas ou até mesmo falidas – assim têm lidado os vários setores da moda.

Mas agora as notícias vêm de uma das marcas mais conhecidas do mundo, que quer deixar de fazer vários desfiles por ano e concentrar os seus esforços em apenas duas coleções por ano. Falamos da marca italiana Gucci que, por via do seu diretor criativo, Alessandro Michele, clarificou que os timings das apresentações da marca serão diferentes.

Numa série de imagens com datas que vão desde o final de março até ao dia 5 de maio, o diretor creativo da Gucci explicou que sempre se sentiu puxado pela mudança. “Eu sinto a urgência da necessidade de mudar várias coisas na maneira como trabalho. Sempre me senti profissionalmente inclinado para a mudança, afinal, traz-me uma natural e alegre inquietação criativa. Mas esta crise fez amplificar essa urgência transformativa que não pode ser mais adiada”.

Por esta razão, Michelle decidiu construir “um novo caminho longe dos prazos da indústria”. Com isto, quer criar “um novo universo criativo” e para começar vai abrandar a velocidade dos desfiles da marca.

“Portanto, vou abandonar o ritual desgastado das sazonalidades e desfiles para recuperar uma nova cadência, mais próxima do meu apelo expressivo. Vamos reunir-nos apenas duas vezes por ano para partilhar convosco os capítulos de uma nova história”, pode ler-se.  Michelle acrescentou que vai também deixar cair os rótulos dos desfiles (verão, inverno, cruise ou pre-fall) por acreditar que essa pratica ficou “velha”.

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“As marcas perderam o seu significado e desligaram-se da realidade. Podemos construir o amanhã com uma nova personalidade”, acrescentou.

Esta decisão vem no seguimento da tomada de posição de outras marcas que pretendem desacelerar o ritmo da moda. A marca Saint Laurent já tinha vindo a público dizer que vai optar por fazer um calendário independente das semanas da moda – e que será a própria marca a definir quando e como quer apresentar as suas coleções.  Também Giorgio Armani escreveu uma carta aberta à revista “WWD” a explicar que tinha decidido realinhar as coleções em loja.

Isto porque o designer acreditava não ser viável que, em pleno inverno, não fosse possível encontrar-se uma peça de verão, e ao contrário o mesmo problema. “Quem compra uma coisa para colocar no armário e espera a estação certa para a vestir? Ninguém”, escreveu numa carta aberta à publicação. “O luxo não pode, e não deve, ser rápido. Não faz sentido que uma das minhas jaquetas ou fatos vivam na loja por três semanas antes de se tornaram obsoletas, substituídas por novas peças que não são muito diferentes. Esta crise é uma oportunidade  para desacelerar e realinhar tudo”.

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