Elegância, sofisticação e com capacidade de nos fazerem emanar luxo em qualquer ocasião. É assim que descrevemos as joias do designer brasileiro Luís Morais, que acabam de aterrar em Portugal pelas mãos da Boutique dos Relógios Plus, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, o único local onde poderá pôr-lhes a vista (e as mãos) em cima.

Com mais de 25 anos de experiência, Luís Morais iniciou a sua jornada em Miami, Estados Unidos, território que viu nascer uma pulseira que, posteriormente, se constituiu como pedra basilar de todo o seu negócio, impulsionando o crescimento do mesmo. A partir daí, nunca mais parou: viajou pelo mundo em busca de inspiração e conhecimento, até conseguir ter uma base sólida para continuar a dar vida à sua arte.

E porque viemos de um tempo em que os acessórios só serviam para apimentar os looks das ocasiões especiais ou para servirem de investimento, é precisamente essa realidade, agora distante, que Luís Morais quer continuar a contrariar com as suas criações, que diz estarem circunscritas ao universo da "fun fine jewelry" (algo como alta joalharia divertida, em português).

Luís Morais
Luís Morais. créditos: @joanalinda

"Eu tento quebrar a tradição", contou à MAGG, no evento de lançamento das suas joias em solo português. "O que eu quero é que as pessoas se identifiquem com o produto e não com o valor. A ideia é que as pessoas comprem uma joia de 100 euros e outra de 20 mil e se sintam igualmente bem", continuou. E acredite: existem mesmo peças a esses preços, sendo que até estivemos com uma de mais de 6 mil euros no pulso, a Large Enameled Evil Eye.

Ainda que cerca de 90% das coleções de Luís Morais tenham as missangas como protagonistas, não é (só) isso que as torna valiosas. Isto porque a estas contas miudinhas juntam-se pedras preciosas e não preciosas, fabricadas em Miami, adensando a magia de cada acessório.

Mas nem só do casamento entre missangas e pedras preciosas se faz a festa nesta marca. Já houve coleções que se muniram de materiais reciclados, como a borracha e os discos de vinil. Contudo, o ex-líbris da marca é o ouro, que vai dos 14 aos 18 quilates, e muitos diamantes à mistura. Isto significa que são itens bem mais complexos de concretizar, pelo que, nesses casos, a produção é levada a cabo em Nova Iorque.

No que à inspiração de Luís Morais diz respeito, essa vem de todo o lado: lugares, pessoas, as suas crenças e as dos outros, bem como as superstições e proteções com que vai contactando no quotidiano. E a verdade é que as peças que produz podem funcionar como autênticos amuletos, se assim o pretender. "É sempre mais interessante carregar uma joia que, para nós, tenha significado. O que te protege não é a peça é a crença", enfatiza.

Uma coisa é certa: independentemente da origem da inspiração, do local de produção e dos materiais que as compõem, as joias de Luís Morais diferenciam-se das restantes pelo conceito de individualidade que lhes é inerente. Ou seja, a menos que tenha muito olho para a coisa, é provável que não reconheça as peças à primeira vista, porque não há grandes logotipos a saltarem à vista. E este aspeto é, simultaneamente, reflexo de um desejo do designer: que o seu repertório seja pautado pela intemporalidade, evitando o descarte desnecessário.

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Fora isso, nesta marca, a "regra é não haver regras", exclama o designer. Não há cá peças "para homem ou mulher", porque liberdade é a palavra de ordem e cada um usa o que quer, como quer e bem lhe apetece. E, voltando ao início, não vale a pena ter as ocasiões especiais como pretexto para desfilar com uma das peças nas mãos, no pescoço ou nas orelhas – "porque a graça das joias é serem feitas para usar diariamente", conclui Luís Morais.

Espreite algumas peças.