
Imagine estar menstruada, mas poder ir à praia ou à piscina com total liberdade, estilo e conforto, sem precisar de tampões, copos ou pensos. Imagine ainda que o seu biquíni, além de ter pinta, é feito de materiais reciclados, foi pensado para durar verões a fio e ainda se molda ao corpo. Não é um sonho, mas a premissa da Maiswim, a marca portuguesa de swimwear com tecnologia menstrual que promete transformar os momentos mais desconfortáveis do mês.
“Mai” é como se escreve “água” em árabe, e foi numa garrafa da Emirates que uma das fundadoras leu a palavra pela primeira vez. De “Mai-swim” a “my swim”, tudo passou a fazer sentido e assim surgiu o nome (e a missão, claro) da marca. Porque mais do que propostas de swimwear, esta é uma marca que quer devolver às mulheres o direito de viver o verão livremente.
A etiqueta nasceu pelas mãos de Sara Salvador e Tânia Santos Silva, que partilhavam uma necessidade íntima e real. "O nosso ódio partilhado por tampões [risos] e da vontade de resolver um problema que todas conhecemos bem, mas que poucas marcas realmente abordam: o desconforto e a limitação que a menstruação pode causar, especialmente no verão", frisa Sara Salvador, à MAGG.
Enquanto em países como a Austrália ou os Estados Unidos já existia alguma oferta de swimwear menstrual, em Portugal o tema ainda era tabu. A Maiswim surgiu para romper esse silêncio, com o objetivo de que as mulheres possam voltar a sentir algo que lhes é absolutamente essencial: a liberdade de poderem fazer o que quiserem, sem que nada as condicione.
Assim sendo, as peças da etiqueta assumem-se como um manifesto ao bem-estar. Cada uma é desenhada com um sistema de quatro camadas – absorvente, antibacteriana, impermeável e com um forro externo – que substitui por completo os produtos menstruais descartáveis. “Usa só o biquíni ou fato de banho e está pronta para o verão. Quanto mais tempo estiver sem descartáveis, melhor para o corpo — e para o planeta", continua a fundadora.
De acordo com a insígnia, esta tecnologia inovadora foi testada por mulheres reais, com ciclos variados, e aguenta várias horas, mesmo com mergulhos no mar ou na piscina. “É uma sensação de liberdade que nunca se esquece", frisa ainda responsável. Assim, não é de espantar que o conforto seja a linha com que se cosem as propostas da Maiswim.
“Pensámos nos dias em que estamos inchadas, nos dias em que não se quer pensar no biquíni que está a usar, e nos dias em que precisa mesmo de ir à praia, mesmo menstruada", diz Sara Salvador. Para isso, os tecidos são compressivos, adaptam-se ao corpo sem marcar e garantem segurança sem sacrificar a estética. "A tecnologia é totalmente invisível – ninguém sabe que está com o período, e a pessoa também se esquece", afiança.
Isto está, obviamente, presente na nova coleção, batizada de Lunch in St. Tropez. "Criamos peças que são bonitas o suficiente para um almoço em St. Tropez e tecnológicas o suficiente para um mergulho durante o período", continua a responsável da marca, deixando patente que tudo, do design às linhas elegantes, foi pensado para acompanhar o ritmo da mulher moderna.
“É um convite à leveza, aos dias sem pressa, aos corpos dourados e às toalhas ao vento”, descreve ainda Sara Salvador, referindo-se à nova coleção. A linha traz novas silhuetas minimalistas, novas cores e acessórios como a Paloma Cap e a Soleil Beach Towel, que são a cereja no topo do bolo de qualquer look de verão.
Esse equilíbrio entre função e sofisticação reflete-se também na abordagem sustentável da marca. A produção é feita localmente, em Portugal, com tecidos como o Econyl, criado a partir de resíduos recuperados do oceano, e em quantidades limitadas. A filosofia é simples: menos, mas melhor. Mas a consciência não se fica apenas pelo ambiente.
No coração da marca está ainda o compromisso com a inclusão. Os modelos, que pode encontrar no site oficial da insígnia, estão disponíveis do XS ao XL, com o XXL a caminho, e as campanhas apresentam mulheres reais, de diferentes idades e corpos. "A Maiswim vai dos 12 anos até à menopausa — literalmente. Menstruar não tem corpo padrão", remata a fundadora.