Tatiana Schlossberg, filha de Caroline Kennedy e do designer Edwin Schlossberg e neta de John F. Kennedy e Jacqueline Bouvier Kennedy, revelou que foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda e que enfrenta agora uma doença terminal.
Aos 35 anos, Tatiana Schlossberg conta que descobriu o cancro pouco depois do nascimento do seu segundo filho, em maio de 2024.“Algumas horas mais tarde, o meu médico reparou que a minha contagem de glóbulos brancos estava estranha”, escreveu num ensaio publicado na "The New Yorker" no sábado, 22 de novembro. Um valor normal situa-se entre 4.000 e 11.000 células por microlitro, mas o dela atingiu as 131.000.
Inicialmente, os médicos ponderaram que poderia ser apenas algo associado à gravidez, mas a confirmação chegou com o diagnóstico de uma mutação rara conhecida como Inversão 3. De acordo com Tatiana Schlossberg, não havia um tratamento padrão e os médicos falaram-lhe em meses de quimioterapia e num transplante de medula óssea.
“Não podia acreditar que falavam de mim”, descreve. “No dia anterior tinha nadado uma milha na piscina, grávida de nove meses. Não estava doente.”
Apesar de se sentir saudável, foi internada logo após o parto na Columbia-Presbyterian, onde passou cinco semanas, antes de ser transferida para o Memorial Sloan Kettering para o transplante de medula. Parte da quimioterapia foi feita em casa. Em janeiro deste ano, entrou num ensaio clínico de terapia com células CAR-T, uma forma avançada de imunoterapia para certos cancros sanguíneos. Foi então informada pelos médicos de que lhe restava apenas um ano de vida.
No texto publicado na revista, a filha de Caroline Kennedy destaca o apoio incondicional do marido, George Moran, com quem está casada desde 2017, e com quem tem dois filhos, um menino de 3 anos e uma menina de 1 ano. “O George fez tudo o que pôde por mim. Falou com os médicos e com as seguradoras. Dormiu no chão do hospital.”
A jornalista relata ainda o papel fundamental da família ao longo deste processo: os pais e irmãos têm cuidado das crianças e estado ao seu lado nos momentos mais difíceis. “Seguraram-me a mão, tentando não mostrar a dor para me proteger. Tem sido um grande presente.”
Como neta de JFK, um dos presidentes mais marcantes da história norte-americana, assassinado em 1963, Tatiana Schlossberg cresceu sempre sob o peso e o simbolismo de um nome associado à tragédia. No ensaio, reconhece a dor acrescida de agora trazer “uma nova tragédia” à família Kennedy, marcada há décadas por perdas prematuras.
“Toda a vida tentei ser boa — boa aluna, boa filha, boa irmã… Agora acrescentei uma nova tragédia à vida da minha mãe, da nossa família. E não há nada que eu possa fazer para a impedir”, escreveu. Apesar do prognóstico, escolhe focar-se no presente. “Muitas vezes, tento estar apenas com a minha família. Mas estar no presente é mais difícil do que parece, por isso deixo as memórias virem e irem.”