A Avenida da Liberdade, em Lisboa, é um autêntico Jardim do Éden no que diz respeito ao mercado de luxo – e esse paraíso onde várias marcas opulentas se confluem está mais rico desde novembro do ano passado. É que foi nessa altura que a nova boutique Dior abriu portas, mas agora nem só das propostas de pronto-a-vestir da maison se faz a festa.
Até esta segunda-feira, 3 de junho, se entrar na boutique, que mora no edifício Alegria One, no número 85 da avenida, vai dar de caras com algumas peças deslumbrantes de Joana Vasconcelos. Depois de ter começado uma relação com a maison no no desfile de outono/inverno do ano passado, a artista plástica portuguesa continua a solidificar os laços com a casa francesa.
E não, não estamos só a falar das míticas Valquírias da artista, que deixam qualquer um de queixo caído pela dimensão e pelo detalhe. Também existe uma a adornar o centro da loja, que acompanha a escadaria imponente e cujos tons vão mudando à medida que a vamos subindo, mas dos bichos – sim, leu bem – que adornam os mais variados locais da maison.
"Estão distribuídos pelo espaço, de forma a criar esta sensação de intimidade, porque eu acho que a Dior, apesar de ser uma marca de luxo, é uma marca com uma grande intimidade ao seu público. Há uma relação muito íntima – e essas peças também trabalham isso", contou à MAGG Joana Vasconcelos.
Assim, há 13 bichos (ou animais, vá), vulgarmente encarados com alguma repugnância, que estão espalhados pela boutique, sendo concebidos em cerâmica e posteriormente tapados com croché. De uma serpente a um lagarto, passando por um caracol ou uma vespa, estes apresentam uma particularidade: têm sempre os olhos destapados.
"Os olhos estão sempre em contacto com o cliente e o cliente está sempre em relação com a obra", explica Joana Vasconcelos, acrescentando que aquilo que a inspirou, no que aos tons diz respeito, foram os da própria coleção e do espaço em que estas obras iriam habitar. No entanto, estas também estão à venda e podem ser de quem as quiser comprar – com preços que vão até aos 123 mil euros.
"Há muitos anos que colaboro com marcas. Mas fazer estas peças para aqui é uma honra, porque acompanhamos o momento histórico da abertura da loja e, no fundo, da revitalização da Avenida da Liberdade", frisa. "Poder fazer parte desse movimento de luxo, para mim, é uma honra, porque era uma Lisboa que não existia, agora existe e eu faço parte, remata a artista.
