Tudo começou com um blusão de ganga, uma peça comum e que toda a gente tem no armário. Como é que era possível então tornar esta peça em algo único? Através da personalização, pensou Mariana Sabrosa. A filha de Simão Sabrosa é a pessoa por detrás da marca Slow Flow que personaliza peças à medida dos clientes e que conta com mais de 2.300 seguidores no Instagram.

“Comecei a marca há três anos com um casaco de ganga. Peguei num da minha mãe e resolvi pintar uma mandala. Na altura adorava pintar mandalas e assim fiz”, explica à MAGG. As pessoas gostaram da ideia, começaram a aderir e agora, para além de blusões, já expandiu os seus desenhos para T-shirts e calções. Mas qualquer peça pode ser personalizada.

“Comecei agora a fazer mini coleções e as fotografias que estão no Instagram são exemplos do que faço. Mas obviamente que se alguém tiver um desenho de que gosta eu posso fazê-lo”, refere. A jovem de 19 anos explica que há duas modalidades que podem ser escolhidas: optar por uma peça que já conste do inventário da marca e pedir uma personalização ou então enviar a peça que deseja personalizar que a jovem pinta.

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“Por exemplo, uma amiga da minha pediu pediu-me uma camisa e eu pintei as costas com desenhos. Faço todo o tipo de peças”, continua. “Agora até tinha pegado nuns All Star, mas com as encomendas todas não consegui acabar. Queria também lançar esse exemplo dos ténis. Como os All Star são aqueles básicos que são todos iguais, achei que era boa ideia. As tintas são próprias de tecido e eu faço qualquer peça”.

Os preços variam entre os 12€ e os 50€ – sempre dependendo do tipo de peça e desenho que se quer. “O casaco das estrelinhas eu vendo por 38€, mas se o desenho for maior ou mais complexo pode chegar aos 50€”, explica Mariana Sabrosa. Pela mesma lógica, o preço também será diferente caso o cliente entregue a peça e só seja necessário fazer a pintura. “As pessoas que entregam os casacos só pagam a personalização”. Em qualquer um dos casos, um dos desejos da jovem é ter uma “marca acessível”.

Ainda que a marca seja pequena, parece já ter conquistado uma das maiores influenciadoras digitais portuenses. Maryzinha, o alter ego de Maria Valente, já usou um blusão da marca e desde aí que as encomendas não param. “Mandei-lhe uma mensagem a perguntar se lhe podia oferecer uma peça. Ela gostou imenso do casaco branco com as estrelinhas e há pouco tempo publicou uma fotografia com ele. Tive imensas encomendas depois disso”, explica.

Criadora de uma marca, estudante de arquitetura e ajudante da mãe

Para além da Slow Flow, Mariana Sabrosa tem outras coisas que lhe ocupam o tempo. A principal é o curso de arquitetura. Está no primeiro ano e revela que agora se torna difícil combinar os trabalhos e as muitas encomendas que tem.

“Arquitetura é um curso muito puxado. São muitas horas de trabalho. Não são só as disciplinas práticas, que por si só ocupam muito tempo, mas também as teóricas. E agora como estou no final do semestre tenho mais trabalhos e testes. Mas tento sempre gerir um bocadinho o tempo”, diz. Como? Da manhã foca-se nas aulas e trabalhos e as tardes, quando pode, são para a Slow Flow. “Tento sempre gerir com as datas dos trabalhos e as entregas dos mesmos. Mas eu sou uma pessoa super organizada e por isso consigo gerir as duas coisas”.

À MAGG conta que a mãe, Filipa Valente, tem sido um apoio fundamental na criação da marca. Mas não só. É com ela que também divide algumas das tarefas da marca de fatos de banho e biquínis Pip – Play In Paradise. Como viram a sessão de fotografias para registar a nova coleção, que iria acontecer em março, cancelada, Mariana Sabrosa ajuda a mãe ao fazer de modelo das peças.

“As pessoas gostam de ver a roupa num corpo. E eu disse: ‘Temos uma casa super gira, um espaço super amplo para tirar fotografias’. E acabei por tirar. Ajudei a minha mãe e já o fazia antes”, esclarece. Para além de modelo, a jovem também acompanha a mãe aos mercados e às visitas à fábricas das peças, por exemplo.

“A minha mãe sempre foi um grande apoio. Ajudou-me imenso e confiou em mim. Ela põe imensas peças da minha marca no Instagram dela – onde já tem uma comunidade grande de seguidores”, explica. Agora, é graças à mãe que Mariana vai entrar um mercado online. A Slow Flow vai estar presente no Spot Market nos dias 5,6 e 7 de junho.