Aos 29 anos, Anitta encontrou a causa para as dores terríveis que sente há nove anos: endometriose. Numa tentativa de informar os seguidores — e dirigindo-se às mulheres —, partilhou o diagnóstico esta sexta-feira, 8 de julho, no Twitter.

Mesmo estando "no auge dos acontecimentos mais inacreditáveis" de toda a vida, com inúmeras "bênçãos", garante que “não está dando pra sorrir" devido a esta doença que lhe causa dores muito fortes há quase uma década. De acordo com a cantora, os médicos nunca descobriram qual era, afinal, o problema.

SIC emite polémico concerto de Anitta. "Foi fruto do impacto que teve e de tudo aquilo que gerou à volta"
SIC emite polémico concerto de Anitta. "Foi fruto do impacto que teve e de tudo aquilo que gerou à volta"
Ver artigo

"A dor é tão ruim que você quer fazer de TUDO pra que isso passe", escreveu, revelando que já tem cirurgia marcada e que está a contar os dias para a mesma, não tendo especificado a data em que se realizará. "Dizem que é bem simples", adiantou. Foi numa ressonância magnética feita há pouco tempo que surgiu este diagnóstico.

O que é, afinal, a endometriose?

A artista estava "em tempo de morrer de dor", principalmente "24h depois do ato sexual". A endometriose "é uma doença que consiste na presença de tecido endometrial fora do local habitual: a cavidade uterina", explicou a ginecologista Fátima Faustino, do Hospital Lusíadas Lisboa, à MAGG.

O tecido vai ate outros órgãos pélvicos e abdominais e causa sangramento, que, por sua, vez, "conduz a uma reação inflamatória que desencadeia a formação de tumores" benignos, mas com graves consequências, já que "alteram a anatomia da cavidade pélvica", "desencadeiam mecanismo de dor" e provocam infertilidade.

Celebridades portuguesas como Vanessa Martins ou Raquel Prates já tornaram público o seu diagnóstico de endometriose. "É muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até à bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia", esclareceu Anitta.

"Não é normal a gente viver com essa dor assim pra sempre", relembrou, referindo também a possibilidade de infertilidade ou de aborto espontâneo. "Quanto mais tempo sem o tratamento ou a cirurgia, mais arriscado fica. Aquela dor INSUPORTÁVEL quando menstrua também pode ser isso", alertou.

A cantora considera que "é inacreditável a falta de informação" pela qual as mulheres passam relativamente a esta condição. "Da América à Europa sem dormir porque a dor fala mais alto que tudo. Você não consegue se concentrar num livro, num filme, nada. Só dar Google em como resolver esta merda", contou.

"Minha cirurgia tá marcada e aqui fica meu apelo por mais informações para as mulheres. Mais acesso, mais interesse geral em cuidar do corpo feminino para que a gente possa ser livre e conseguir se cuidar", concluiu. A cantora admitiu, em resposta a um fã, que teve de cancelar imensos eventos e que vai ter de ficar em repouso durante um mês após a cirurgia, escreve o "Correio da Manhã".

Depois de atuar a 26 de junho no Rock in Rio Lisboa, menos de um mês depois está de volta a Portugal para atuar no festival MEO Marés Vivas, a 17 de julho, em Gaia. Até agora, não houve qualquer indicação de que o concerto não se mantenha graças à sua condição de saúde.