Um grupo de cientistas norte-americanos terá conseguido identificar a razão que leva a que as células dos folíolos de cabelo morram, o que faz com que o cabelo caia e não volte a nascer, levando à calvície. Os cientistas, da Universidade da Califórnia perceberam que uma só proteína, chamada TGF-beta, controla o modo como as células nos folículos pilosos, incluindo as células-tronco, se dividem e formam novas ou morrem.
“Na ficção cientifica, quando as personagens curam-se rapidamente de lesões, são as células-tronco que permitem isso”, começa por explicar o coautor do estudo, Qixuan Wang, à “Ladbible. “Na vida real, a nossa investigação aproximou-nos da compreensão do comportamento das células e do modo como podemos controlar e promover a cicatrização de feridas”, refere o biólogo matemático.
Mas antes de mais, é preciso compreender o que é a calvície e quem afeta.
Esta condição é provocada por uma enzima que existe nos folículos pilosos (denominada 5-alfa-redutase), que atua a nível local e leva à miniaturização do pelo e diminuição do número de cabelos, de acordo com o hospital Lusíadas. Afeta maioritariamente homens — cerca de 85% sofrem perda de cabelo nalgum momento da vida, segundo a publicação britânica —, mas também há mulheres afetadas por alopecia androgenética, na ordem dos 40%.
Mas tudo isso pode mudar com a conclusão do novo estudo publicado no jornal científico Biophysical Journal. Tendo em conta que os folículos pilosos capilares são o único órgão do nosso corpo que se regenera automaticamente, para travar a ação das células que levam a certa altura à queda de cabelo deve então ser usada uma arma de fortalecimento: a proteína TGF-beta, que promove o crescimento.
“A TGF-beta tem dois papéis opostos. Ajuda a ativar algumas células do folículo piloso para produzir uma nova vida e, mais tarde, ajuda a suportar a apoptose, o processo de morte celular”, explica o investigador.
Outra ideia apurada no estudo é que mesmo quando um folículo piloso se destrói, ele nunca mata a reserva de células-tronco, o que significa que basta receberem um sinal para regenerar, dado, por exemplo, pela TGF-beta, que as células-tronco atuam nesse sentido.
O estudo agora divulgado vai ser aprofundado, mas o caminho é encontrar uma solução para que os carecas só o sejam caso recorram ao pente zero. Caso contrário, basta controlar os níveis de proteína no tecido piloso para que a queda de cabelo não seja um problema.