"Dar vida aos anos". É esse o mote da HUG, a nova estrutura de apoio ao envelhecimento que pretende desmistificar os preconceitos associados à velhice, normalizando-os. Esta empresa presta serviços de cuidados em termos físicos, psicológicos e sociais.

"Somos uma estrutura de serviços de apoio ao envelhecimento e queremos tocar em várias áreas, através de uma abordagem holística à velhice, para o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa idosa", explicou-nos a CEO do projeto, Rita Corrêa Mendes.

Não vai ver nada mais bonito hoje do que este casal de idosos a dançar num shopping
Não vai ver nada mais bonito hoje do que este casal de idosos a dançar num shopping
Ver artigo

A HUG "vai para além da necessidade básica" no que toca à "defesa da dignidade humana". Numa fase inicial, é feito um diagnóstico exclusivo e preciso por profissionais da área, com o intuito de traçar um plano completo para promover a melhoria da vida dos idosos.

"Fazemos um questionário bastante extenso, como se tirássemos uma radiografia, para definirmos um plano de ação, que varia muito de pessoa para pessoa", disse a CEO à MAGG. A HUG está, de momento, dividida em três pilares: o apoio domiciliário, a loja de geriatria e o clube.

A loja abriu em agosto em Campo de Ourique. "Uma das coisas mais importantes que defendemos é que não há nada como envelhecer em nossa casa, no nosso bairro, com as nossas coisas", adianta Rita Corrêa Mendes, acrescentando que a loja, que disponibiliza produtos de geriatria e ortopedia, não tem "um ambiente inóspito".

"Estamos a falar de uma casa, com sala de jantar, casa de banho, cozinha, quarto, um ambiente super familiar e acolhedor onde podem comprar os produtos de que necessitam, assistir a tertúlias, workshops, jogar às cartas... Há toda uma agenda mensal", afirma a CEO, que revelou à MAGG que já está a ser desenvolvida uma segunda loja em Alvalade.

"A operação de apoio domiciliário já está a funcionar. Comprámos uma empresa que já estava no mercado há oito anos e que trazia consigo o know-how e uma base de clientes", menciona. "A forma como prestamos apoio domiciliário é uma das grandes diferenças daquilo que é feito atualmente no mercado", crê.

Além de darem formação a cuidadores formais, querem ir mais além no que toca a cuidar dos idosos em vertentes como a higiene diária, a alimentação, os medicamentos e a companhia. Visam, ainda, "promover uma rotina do idoso combinada com a família ou com ele mesmo, se for possível, que promova momentos de alegria, de atividade e de estímulo intelectual".

Já o clube HUG ainda está a ser finalizado e será lançado no final do ano. Serão ali dinamizadas várias atividades para fomentar a criatividade, seja através de aulas de dança, de viagens ou de encontros. A HUG disponibiliza ainda o serviço de assistente pessoal, que consiste em alguém que trata de todo o tipo de burocracias.

A HUG surge com a missão de acabar com os "preconceitos construídos pela sociedade que associam a velhice a uma fase terminal de vida, onde as pessoas são consideradas inválidas, pesos para a economia, para a família, que só dão problemas e que não trazem valor acrescentado à vida".

"Queremos acolher, como um processo natural de transformação, honrar, dignificar, tratar essa fase de vida, desde a simples forma como falamos com um idoso na nossa loja ou como elaboramos um plano de rotina no apoio domiciliário", adianta a CEO de 40 anos, que defende que a "enorme experiência de vida" destas pessoas "tem de se honrada".

"O envelhecimento é super heterogéneo e passamos por fases diferentes umas das outras", recorda Rita Corrêa Mendes. Com a HUG, tenta que, para quaisquer que sejam as necessidades, o apoio esteja concentrado num só sítio. Pode obter mais informações no site do projeto.