Esta segunda-feira (25) surgiram rumores de que o Twitter se preparava para aceitar a proposta milionária de Elon Musk para comprar e privatizar a rede social, mas só no final do dia chegou a confirmação.
O conselho de administração do Twitter aceitou a oferta de 44 mil milhões de dólares (cerca de 41 mil milhões de euros) do fundador e CEO da Tesla e da SpaceX. A informação foi confirmada por Bret Taylor, administrador independente do Twitter, na mesma rede social, por volta das 19h50 (horário nacional).
Recorde-se que o negócio surge depois de Elon Musk se ter tornado acionista maioritário do Twitter e de lhe ter sido oferecido um lugar no conselho de administração da empresa, avança a mesma publicação. A proposta inicial do milionário foi recusada pela rede social, mas o cenário mudou depois de este admitir ter reunido mais de 46 mil milhões de euros em financiamento para adquirir a empresa. Atualmente as negociações estão suspensas, mas a empresa já aceitou a proposta final de 44 mil milhões de dólares (cerca de 41 mil milhões de euros) e a expectativa é de que o negócio seja fechado ainda este ano.
Aliados de Bolsonaro mostram-se felizes com negócio
Elon Musk diz ser o "homem certo" para libertar o potencial da rede social. E promete fazê-lo com “liberdade de expressão” na linha da frente. Ainda antes de o negócio ter sido divulgado pela administração, o milionário já tinha sugerido qual seria o desfecho. No caso, através de uma publicação em que desafiava quem o critica a continuar na rede social. “Espero que até os meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”, escreveu.
“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse, ainda, Musk, num excerto do comunicado enviado à imprensa, publicado pelo próprio no Twitter. “Quero tornar o Twitter melhor do que nunca”, acrescentou, com a promessa de implementar novas funcionalidades e melhorar o algoritmo.
De acordo com a CNN Portugal, vários simpatizantes do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comemoraram a conquista de Elon Musk como se de um gesto de “defesa da liberdade” se tratasse.
Recorde-se de que o nome de Jair Bolsonaro chegou ao Supremo Tribunal Federal brasileiro por alegadamente divulgar notícias falsas sobre a covid-19 e o sistema eleitoral na rede social. Também o ministro das Comunicações brasileiro, Fábio Faria, recorreu à rede social para felicitar Musk. E acrescentou: “mais uma vez, ele [Musk] está dois passos à frente de outros agentes e agora está a dar um gesto ao mundo em defesa da liberdade".
O irmão e senador, Flávio Bolsonaro, pediu ainda ao multimilionário para reativar a conta de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, que já anunciou não pretender voltar à plataforma. “Espero que o Elon compre o Twitter porque ele vai fazer melhorias à plataforma e é um bom homem, mas vou ficar no Truth [rede social própria que fundou]”, disse, em declarações à cadeia televisiva norte-americana Fox.
Já a deputada Carla Zambelli admitiu, em declarações citadas pela CNN Portugal, que este negócio representa “uma grande derrota para a esquerda mundial, que pretende silenciar qualquer voz dissonante”. O presidente do Brasil partilhou a publicação em que Musk admitia a vontade de continuar a contar com a presença dos críticos no Twitter por ser "isso que significa a liberdade de expressão". No entanto, classificou como “boa matéria” uma publicação onde se lê: “não quer ficar no Twitter de Elon Musk? Saiba como desativar a sua conta”.
De acordo com a revista "Forbes", Elon Musk é o homem mais rico do mundo. Enquanto CEO da Tesla e dono da SpaceX, conta uma fortuna avaliada em mais de 270 mil milhões de dólares (mais de 250 mil milhões de euros). Musk tem vindo a criticar a rede social no que à liberdade de expressão diz respeito. De acordo com o “Jornal de Notícias”, descreve-se como um "absolutista da liberdade de expressão", mas é conhecido por bloquear outros utilizadores do Twitter que questionam os seus ideais ou que se posicionam contra o que escreve.