A MAGG está em Turim a acompanhar os últimos preparativos para a primeira semifinal da Eurovisão 2022. Esta noite, da 10 de Maio, Portugal e 16 outros países irão competir por dez lugares na final de sábado.

Após o segundo ensaio geral de segunda-feira, 9 de maio, percorremos os corredores do centro de imprensa mais atarefado da cidade italiana e recolhemos algumas impressões de jornalistas internacionais em relação à canção que irá representar as cores nacionais e as hipóteses de qualificação para a final.

Aran Bade, jornalista da RTL, Países Baixos, não tem quaisquer dúvidas sobre o futuro reservado para MARO e "saudade saudade". “Portugal vai qualificar-se. Estão a subir nas casas de apostas e percebe-se o porquê. É para isto que se faz a Eurovisão. É uma canção muito íntima, transpira verdade. Já estive em Portugal, consigo sentir verdade na canção. O facto de a MARO cantar olhos nos olhos com as suas coristas é o que torna a atuação tão forte.”

A busca por opiniões menos positivas no centro de imprensa foi uma sem quaisquer frutos. "A canção de Portugal não é uma performance ou canção aborrecidas. É uma beleza musical que te abraça como se fosse uma manta num dia de chuva. Esta canção destaca-se nesta semifinal. Merece qualificar-se e vai qualificar-se com facilidade.”, conta-nos Padraig Muldoon, blogger irlandês e colaborador do Wiwibloggs, após o ensaio geral de segunda-feira.

Viajámos até ao sul da europa para recolher impressões de Koronakis Spyridon, jornalista grego da Mega TV. "Tenho a certeza que a qualificação é certa. Há pessoas que gostam e outras que não, mas em geral é uma canção muito boa. Gosto que misturem a língua portuguesa e inglesa. É uma canção bonita", disse entre sorrisos, enquanto discutia com outros jornalistas a canção do seu país. A Grécia também compete na semifinal de Portugal e é uma das favoritas dos fãs.

Mas a chuva de elogios não termina por aqui. A República Checa traz-nos a banda We Are Domi a Turim com o seu pop eletrónico “Lights Off”, mas o blogger checo Josef Staf, do ESCarena, estava pronto para “disparar” o que pensa da canção portuguesa. “Acho que Portugal é um dos países com qualificação certa. A canção é única. Super intimista. É diferente de todas as outras. Não só a canção, mas também a encenação e a atmosfera criada pela atuação.”

Terminámos a nossa ronda pela Europa com Luis Fuster, jornalista espanhol da Europa Press e fã assumido da canção portuguesa. “A atuação é deliciosa, desenhada com gosto e adicionando um requinte que só Portugal sabe fazer. A qualificação para a final é praticamente um facto consumado. A canção será uma das favoritas para os jurados profissionais e o televoto deverá responder positivamente também”.

O jornalista e fã da Eurovisão está mais entusiasmado com a edição da Eurovisão deste ano do que em edições passadas. Chanel, representante dos nossos vizinhos este ano, figura-se como uma das grandes favoritas a levar o troféu de cristal. A canção é um fenómeno em Espanha e atingiu no passado Fevereiro o número 3 na lista de “hits” virais no mundo inteiro, na plataforma de música Spotify.

A chuva de comentários positivos à canção de Portugal lembra um pouco 2017, onde o país se apresentou como candidato à vitória. Salvador Sobral e "Amar Pelos Dois" acabaram mesmo por vencer o concurso com o maior número de pontos alguma vez alcançados por uma canção.

Mesmo não apresentando o mesmo estatuto, MARO e “saudade, saudade” caminha a passos largos, segundo membros da imprensa acreditados, para um dos melhores resultados portugueses da última década. O ano passado o amor esteve do nosso lado. Os The Black Mamba representaram as cores nacionais com “Love Is On My Side”. Apuraram-se em quarto lugar na semifinal e obtiveram um honroso 12º posto na grande final.

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A edição 2022 da Eurovisão fica ainda marcada pela participação ucraniana no evento, mesmo estando o país em conflito armado com a Rússia. Os Kalush Orchestra, principais favoritos à vitória segundo o agregado das casas de apostas, cantam na semifinal de hoje, 10 de Maio. A banda recebeu uma autorização especial do governo ucraniano para poder sair do país e representar a nação. Irão cantar “Stefania”, canção composta a pensar na mãe do vocalista mas que se tornou o símbolo de uma nação destruída pela guerra que quer reerguer-se dos escombros.

Portugal é o décimo país a subir a palco esta terça-feira, com emissão em direto na RTP1 e RTP Play a partir das 20h. O espetáculo será apresentado pelos cantores Laura Pausini, MIKA e o apresentador de televisão italiano Alessandro Cattelan. O comentário em português está assegurado por Nuno Galopim.