Estávamos em novembro de 2018 quando o texto de Monica Lewinsky publicado na "Vanity Fair" se tornou viral. Cerca de 20 anos depois, a agora ativista norte-americana revisitou o escândalo que abalou um país e que quase derrubou o presidente dos EUA — alvo de um processo de impeachment, acabou por ser absolvido mas a sua carreira política nunca mais foi a mesma.
"Se querem saber o que significa ter poder, vejam um homem dar entrevistas durante décadas sem nunca se preocupar sobre se alguma vez vai ter de responder a perguntas que não quer ter de responder." Foi por estas linhas que Monica Lewinsky pautou o texto dirigido a Bill Clinton e ao escândalo sexual que correu o mundo em meados de 1998.
Na altura, Lewinsky tinha apenas 22 anos e era estagiária na Casa Branca. Os rumores de um possível envolvimento começaram desde muito cedo e as investigações comprovaram o que se soube desde sempre — que o presidente tinha sido várias vezes acusado de manter relações em segredo com funcionárias do governo.
Depois de recolhido o testemunho de Lewinsky, e de encontrado um vestido com vestígios de sémen de Bill Clinton, o então presidente foi ouvido durante 21 dias pelo senado norte-americano e arriscou o impeachment.
Apesar de absolvido, a história não foi esquecida e a nova temporada de "American Crime Story" faz questão de reforçar isso mesmo. É que a terceira temporada vai recordar o caso, bem como o impacto político, mediático e cultural que se sentiu durante as investigações.
A notícia foi revelada esta terça-feira, 6 de agosto, pelo "The Hollywood Reporter" que diz os episódios têm estreia marcada para meados de outubro ou novembro de 2020 — coincidindo com o final das eleições presidenciais norte-americanas.
As críticas não se fizeram esperar: o jornalista e crítico de cinema Mark Harris escreveu no Twitter que, apesar de estar curioso com a nova temporada, a estação FX escolheu a pior altura para o lançamento da série.
"Lançar isto durante as últimas semanas das eleições de 2020 é uma ideia abismal. Estou interessado em ver a série e espero que a FX reconsidere o timing a estreia. Não há nada que Trump queira mais do que transformar a corrida à reeleição numa espécie de revisita aos Clinton. Não façam isso, FX. Estão a prestar um mau serviço ao nosso sistema político cada vez mais frágil e às pessoas talentosas envolvidas nesta produção", lamentou.
Face às críticas, John Landgraf, CEO do canal, já reagiu dizendo que acredita no projeto e que todo o alarido que se gerou em redor da data de estreia não passa de histerismo.
"Acredito mesmo muito no projeto. Li o argumento e acho que é incrível. Não acredito que vá determinar quem vai ser o próximo presidente dos EUA. Do sítio onde estou, parece-me um bocadinho histérico pensar-se isso", explicou.
Tal como as outras temporadas, espera-se que também a terceira de "American Crime Story" chegue poucos meses depois à Netflix.