"Papel Principal" é a grande aposta da SIC para os meses que se seguem. A nova novela deste canal, protagonizada por Carolina Carvalho e Ângelo Rodrigues, foi descrita por Daniel Oliveira como um projeto disruptivo e com várias camadas, fruto dos formatos em que se vai desdobrar, segundo confirmou na apresentação da nova temporada da estação de Paço de Arcos, que decorreu esta quinta-feira, 5 de setembro, no Cineteatro Capitólio, em Lisboa.

Mas vamos por partes. "Papel Principal" será o núcleo deste universo, sendo uma novela dentro dos moldes a que os espectadores já estão habituados. Isto é, será exibida "de um modo tradicional, num canal generalista, diariamente", confirma Daniel Oliveira, levantando o véu sobre este projeto, cujo fio condutor será a vida de uma atriz de sucesso, Aurora (Carolina Carvalho), invejada pela personagem de Margarida Vila-Nova e que faz par com Frederico, interpretado por Ângelo Rodrigues.

"Na história dessa novela, duas atrizes que, no início da história, num flashback, concorriam para um mesmo lugar, uma delas ficou e fez um grande sucesso, a personagem da Aurora, e a outra não", explica o diretor geral de Entretenimento do grupo Impresa. É aqui que entra a segunda camada do projeto: a série em que a versão mais nova de Aurora fez sucesso vai ser criada para a OPTO, sendo intitulada "Os Eleitos" – e até vai haver um casting aberto para os jovens talentos, entre os 18 e 25 anos, tentarem a sua sorte.

Dentro da novela especificamente, o projeto ganha outra camada. Ou seja, sendo que a protagonista é estrela de uma revista musical e de uma sitcom, Daniel Oliveira conta que este último projeto também se irá materializar. "Essa sitcom", intitulada "A Casa da Aurora", "vai existir de facto, semanalmente, na SIC", afirma, acrescentando que, a par deste, também a revista que vemos na novela poderá, eventualmente, saltar da ficção para os palcos portugueses.

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Como se isto não bastasse, "Papel Principal" vai ainda estar presente nas redes sociais, estando em vista a publicação de cenas exclusivas, bloopers e outros conteúdos. No que às datas de estreia diz respeito, Daniel Oliveira manteve o secretismo, voltando a apontar o outono como linha limítrofe e garantindo que, de todos estes projetos, "Os Eleitos" será o último lançamento.

Ângelo Rodrigues e Carolina Carvalho identificam-se com as personagens

angelo e carolina
créditos: SIC

Sendo que a novela incide sobre a vida de atores e atrizes, tanto no teatro como na ficção, não há ninguém que entenda melhor os conflitos internos das personagens do que aqueles que também fazem vida dessa arte. Para Carolina Carvalho, é exatamente o facto de poder mostrar o outro lado da sua profissão aos espectadores que a deixou animada pela participação no projeto.

"Acho que uma das coisas que me deixou logo muito feliz a ler a sinopse da novela é, de facto, achar que o espectador tem aquela curiosidade de 'como é que um ator prepara o papel? o que é que acontece nos bastidores?'", começou por dizer a artista, deixando bem claro que estas temáticas vão ser abordadas na novela.

Além disso, o facto de a história não ser "pesada" também a aliciou, especialmente tendo em conta que foi mãe recentemente e o timing deste papel pautado pela leveza "faz todo o sentido". "Todas as personagens têm um tom muito leve", explica, afiançando que a sua não é exceção, algo que destoa das personagens a quem tem dado vida nos últimos tempos. "Finalmente posso emprestar o sorriso da Carolina à Aurora, exagerá-lo ainda mais e isso está a deixar-me muito feliz", conclui.

Para Ângelo Rodrigues, a proximidade com a vida de Frederico ajudou-o a construir a personagem. "Algumas personagens são atores ou ex-atores, como a minha personagem, por exemplo. E os temas que nós abordamos são coisas que nos são próximas", frisa o artista, referindo-se a aspetos como certas "inquietações, os bastidores, o assédio da imprensa".

No seu caso, mais do que a profissão, a vida pessoal de Frederico é parecida à sua, pelo que as memórias também pesaram na construção da personagem. Afinal, ambos não têm pai, mas não só. "O Fred vem resolver um problema do pai relacionado com o desporto, relacionado ao box – o meu pai foi treinador de uma equipa de basquetebol feminino. Consegui encontrar nas minhas memórias afetivas coisas que me aproximavam à personagem", admite, reiterando que isso lhe dá "um grande gozo".

Mas nem só isto pesou na balança, aquando da altura de aceitar o convite da SIC. O facto de saber que ia contracenar com Carolina Carvalho, cujos percursos profissionais já se haviam cruzado em "Golpe de Sorte", foi o maior impulsionador da decisão do ator – especialmente tendo em conta que, como não tiveram "muito tempo para ensaios", sabia que a química estava garantida. "Saber que ia contracenar com uma pessoa todos os dias com quem já tinha alguma intimidade foi meio caminho andado para aceitar este papel", conclui.