"Eu sou Penny Polar Bear. Vivo com a minha mãe e com a minha outra mãe. Uma mãe é médica e outra mãe cozinha esparguete. E eu adoro esparguete". Foi assim, com este diálogo simples, que se introduziu, pela primeira vez, um modelo familiar diferente do tradicional na série "Peppa Pig" ("Porquinha Peppa"), dirigida, essencialmente, para crianças entre os 2 e os 6 anos. O episódio chamado "Famílias", emitido esta terça-feira, 6 de setembro, ao final do dia, no Channel 5 de Inglaterra, é já visto como histórico pelas associações LGBT inglesas, que há muito reclamavam a necessidade de mostrar às crianças que assistem à série que existem outros modelos familiares que não o do "pai e mãe", até porque muitas dessas mesmas crianças vivem em modelos familiares diferentes, com dois pais ou duas mães, e não há nada de errado nisso.
A cena histórica acontece quando a Porquinha Peppa está a desenhar com a amiga, a Ursinha Penny, e ela começa a rabiscar a sua família. Desenha-se a si própria e as duas mães e diz então a frase: "Eu sou Penny Polar Bear. Vivo com a minha mãe e com a minha outra mãe".
Uma das associações LGBT de Inglaterra manifestou-se de imediato, com grande entusiasmo, relativamente a este passo importante. "É fantástico que famílias do mesmo sexo apareçam em séries como Peppa. Muitas das crianças que assistem ao espetáculo terão duas mães ou dois pais e isso significa que as suas próprias experiências familiares estão agora representadas na série que elas estão a ver, e que é icónica", afirmou Robbie Santos, da Associação LGBT Stonewall.