A febre de Conan Osíris atacou Portugal no momento em que a música "Telemóveis" foi divulgada como uma das concorrentes ao Festival da Canção. Mas esta sensação não se fez apenas sentir a nível nacional — antes da final do evento, em Portimão, Conan já ocupava o 11.º lugar no ranking do Eurovision World, tabela que agrega os resultados das várias casas de apostas internacionais e estabelece quem tem maior probabilidade de vencer o festival Eurovisão da Canção, a decorrer entre 14 e 18 de maio em Tel Aviv.
Atualmente, e passados quatro dias desde que o público português, em conjunto com o júri regional, escolheu o polémico artista para representar o nosso País em Israel, Portugal subiu três posições no ranking, ocupando atualmente a sétima posição. Assim sendo, e se as previsões se confirmarem, Conan Osíris terá seis concorrentes diretos com que lidar para dar a Portugal a oportunidade de, dois anos depois, levar novamente o troféu para casa.
Fomos olhar para a tabela e perceber quem são afinal os candidatos que se apresentam com maior probabilidade de vencer do que o representante português.
Holanda – Duncan Laurence (6.º lugar)
Foi a 21 de janeiro que o site da Eurovisão revelou quem iria representar a Holanda em Tel Aviv. A responsabilidade fica a cargo de Duncan Laurence, cantor e compositor que já terá participado na versão holandesa do "The Voice", em 2014. Apesar disso, Duncan não é uma cara conhecida do público holandês, uma novidade nas participações do país no certame.
No entanto, o jovem de 24 anos considera esse anonimato inicial positivo, já que vem comprovar que “nada é impossível”. “A Holanda tem um conjunto imenso de jovens músicos talentosos. A minha participação prova que nada é impossível. Tu podes, de repente, ter a oportunidade de representar o teu país num palco internacional”, cita o site "Eurovision World".
Apesar de ainda não ter sido revelada a música que Duncan irá interpretar em maio, o cantor já faz parte da lista de favoritos à vitória da edição deste ano da Eurovisão. Uma das possíveis razões para tal é o facto de o jovem ter sido recomendado por Ilse DeLange, membro da banda The Common Linnets, que representou o país na edição de 2014 do festival e alcançou o segundo lugar – a melhor classificação para a Holanda desde a vitória, em 1975.
Islândia – Hatari (5.º lugar)
Os Hatari vão certamente proporcionar um dos momentos mais polémicos da Eurovisão. Com a música "Hatrið mun sigra", “o ódio prevalecerá”, em tradução livre, a banda vai levar uma reinterpretação do BDSM para palco – jaulas, roupa adequada e posições insinuosas misturadas com o punk rock característico do trio.
Composta por Einar Hrafn Stefánsson, Klemens Nikulásson Hannigan e Matthías Tryggvi Haraldsson, a banda é conhecida do público Islandês pela sua irreverência. Os próprios, que já lançaram cinco singles na Islândia, descrevem-se como um “grupo artístico que realiza performances tecno, anticapitalistas e de BDSM”.
A banda foi escolhida pelo televoto este sábado, 2 de março, no festival da canção nacional.
Chipre – Tamta (4.º lugar)
Foi ainda em 2018 que o Chipre anunciou o nome de Tamta como representante do país no festival. Desde outubro que nada mais tinha sido anunciado sobre a participação, até que, há algumas semana, surgiu na internet uma versão demo da música interpretada pela jovem, “Replay”. Nesse cenário, os responsáveis viram-se obrigados a lançar oficialmente a música e o videoclipe (5 de março).
A artista pop nasceu na Georgia mas desde os 15 anos que vive em Atenas, na Grécia. O seu percurso na música começou aos 5 anos, ao participar em grupos corais enquanto tinha aulas de ballet e piano. Anos mais tarde, em 2004, viria a concorrer no "Super Idol", um programa televisivo grego onde conseguiu alcançar a segunda posição. A partir daí, Tamta fortaleceu o seu nome na indústria musical, participando em várias premiações, programas de televisão e performances ao vivo.
A realidade eurovisiva também não é novidade para a artista pop. Em 2007, Tamta concorreu para representar a Grécia, mas acabou por ficar em terceiro lugar na seleção nacional. A artista de 38 anos sucede a Eleni Foureira, representante do Chipre na edição passada que conseguiu ocupar o pódio, terminando a competição em segundo lugar.
Itália – Mahmood (3.º lugar)
Ex-concorrente da edição italiana do "X-Factor", Mahmood ganhou a possibilidade de representar Itália no festival Eurovisão da canção em fevereiro passado, depois dos vereditos do público, júris de imprensa e júris especialistas.
Apesar da nacionalidade italiana, o jovem tem descendência egípcia do lado paterno. Aos 26 anos, Alessandro Mahmoud pode levar Itália à terceira vitória. Antes de ser escolhido o representante, o país encontrava-se no último lugar do pódio, ocupando a terceira posição desde dia 7 de fevereiro.
Suécia – sem música ou artista (2.º lugar)
Estranhamente, a Suécia ocupa o segundo lugar, mas sem ter definido ainda um artista ou música para a representar. A final do festival nacional vai acontecer no próximo sábado, 9 de março, estando quatro performances em luta pelo direito de representar o país no palco eurovisivo.
Rússia – Sergey Lazarev (1.º lugar)
A Rússia pode estar prestes a vivenciar um déjà vu. Não só Sergey Lazarev foi representante do país na edição de 2016 da Eurovisão como ocupava, também nesse ano, o primeiro lugar das previsões. Mas a história acabou por terminar não tão bem como tinha começado — os russos ficaram em terceiro lugar nesse ano, dando a vitória à Ucrânia.
Passados três anos, Sergey, em entrevista à estação russa Russia 1, afirmou estar bastante orgulhoso de representar o seu país pela segunda vez e agradecido à estação oficial do evento na Rússia por lhe fornecer novamente essa oportunidade.
Lazarev convive na indústria da música desde tenra idade, passando toda a infância a cantar, dançar e lidar com público. Fez ginástica rítmica, teve uma banda durante a adolescência e, mais tarde, concorreu em vários programas televisivos de busca de talentos e estudou teatro.
Ainda sem quaisquer detalhes sobre a música que irá levar a palco, Sergey consegue manter-se no lugar de topo das previsões desde o início do ano. A justificação poderá estar na equipa de luxo que o irá acompanhar nesta participação, onde se incluem os compositores Dimitris Kontopoulos e Philip Kirkorov, com longa experiência no concurso eurovisivo desde os anos 1990, e o diretor de palco Fokas Evaggelinos, que conta, no total, com 13 participações no festival musical europeu.