A segunda semana do reality show da TVI está a ser de recruta. Três instrutores da Scornio estão a dar formação militar e de sobrevivência aos concorrentes com desafios físicos e psicológicos bastante exigentes. A MAGG falou com Rubim Fonseca, CEO e instrutor de sobrevivência na empresa, para saber como funcionam as experiências, a quem se destinam e quanto custam.

“O Triângulo”. Os ânimos aqueceram entre Moisés e Dala. “Lá fora tu não tinhas tanta garganta”
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A Scornio, que nasceu em 2018, realiza eventos onde, “através das boas práticas militares e juntamente com a parte da motivação e coaching”, as pessoas aprendem “a dar mais valor à vida”, possível “através da superação”. Os eventos criam “ambientes de desconforto”, porque é nesse desconforto que “as pessoas aprendem a superar-se, a ter mais amor próprio e a ter soluções”.

A empresa realiza eventos de tipo militar, como é o caso dos treinos que fazem tanto para crianças, para iniciados ou avançados. Também fazem “uma das provas mais difíceis do muno”, o Scornio Insane, em que são 50 horas “non-stop”. “É tipo o que vêm n''O Triângulo', mas muito mais puxado. As privações são muito maiores”, explicou.

Ainda têm uma “prova de obstáculos militares” com vários níveis. “O conceito é provocar o físico para, no momento certo, passar a mensagem que pretendemos. Tudo o que as pessoas fizerem, vão sempre rever na vida que têm no dia a dia. Na Scornio tudo tem uma razão lógica para se fazer para o desenvolvimento pessoal dessa pessoa”, explica Rubim Fonseca. 

Por outro lado, existe a parte da sobrevivência que “não tem nada de físico”, em que se aprende “a sobreviver em várias situações”, como “no mato, numa cidade, em várias circunstâncias”. “Nós fazemos isto para as pessoas desenvolverem as suas capacidades tanto de raciocínio como de se solucionar em caso de situações de sobrevivência e, ao mesmo tempo, para se sentirem seguras quando se vai para um ambiente desses. Sabem que têm as skills, as ferramentas necessárias caso alguma coisa aconteça”, afirma o instrutor e ex-manequim.

Rubim esclareceu que uma criança de 10 anos também pode fazer este tipo de experiências com os pais para aprender a “fazer fogo, filtrar água, a reconhecer as plantas”. “É um bocadinho do que temos transmitido n’ “O Triângulo”. O programa é uma mistura das duas coisas [treino militar e sobrevivência] niveladas ao nível das pessoas que estão à nossa frente”.

“Se o público quiser, consegue ter uma experiência mais ou menos intensa do que a dos concorrentes, basta escolher o evento”, informa o CEO. Quanto ao preço, “varia muito consoante as experiências”. “Isso vai variar muito. As experiências podem custar entre os 20€ e os 200€. Vai sempre depender da carga horária, porque temos experiências de 3 horas e de 50 horas”, explicou.

Ainda, têm eventos para empresas, como team buildings e militar to business “feitos à medida”, e para crianças, uma vez que querem que, “num mundo em que se vive de tecnologias e a ser sedentário”, tenham “a ideia que podem ser super mulheres e super homens se tiverem o prazer do exercício físico e da superação”.

O ex-concorrente do reality show “1ª Companhia” adiantou também que, na empresa, “são quase todos militares”. “Na parte do treino militar, são todos militares. Na parte da sobrevivência não há essa necessidade. O conhecimento não é um conhecimento diretamente relacionado com a parte militar. É mais com pessoas que têm formações de sobrevivência e que têm experiências de sobrevivência. Também temos instrutores que são militares que têm essa experiência, mas não é obrigatório”, elucidou.

Rubim Fonseca esclareceu como surgiu o convite à Scornio para participar no reality show. “A partir do momento em que se vai à Internet procurar alguma coisa sobre treinos militares ou sobrevivência”, aparece a empresa, única em Portugal nesta área. Para os três instrutores que têm entrado na casa mais vigiada do País, “está a ser incrível”, porque estão a fazer aquilo a que se propõem.

“Nós não viemos ao programa fazer um show off, nós viemos realmente passar a mensagem às pessoas de que os limites delas vão muito mais além, que podem aprender muita coisa, que podem ter uma maior autoestima, que eles têm de se comparar com eles próprios e não com os outros. Nós estamos a tentar fazer com que a nossa presença no programa seja muito positiva para cada um deles”, garante Rubim.

Além disto, o instrutor revela que os concorrentes estão a “aceitar os desafios de uma maneira anormal”. “No outro dia tínhamos vegetarianas que quiseram comer larvas, porque quiseram aceitar o desafio de saber se, numa situação de sobrevivência, seriam ou não capazes de o fazer”, contou. “Tudo o que nós fazemos é pensado ao pormenor para motivar a pessoa que está à nossa frente. Nada é feito por acaso”, disse, reforçando também que as “regras de segurança são sempre máximas” e que os instrutores estão em constante avaliação dos participantes para que nada de grave aconteça.

A Scornio aceitou o convite para participar n’ “O Triângulo” para que a empresa “chegue a mais pessoas”. Apesar dos eventos que realizem “esgotarem quase todos”, está a aumentar o número de seguidores nas redes sociais.