No Dia Internacional da Rapariga, que se assinalou esta segunda-feira, 11 de outubro, os concorrentes do "Big Brother" escreveram frases em cartazes de manifesto.

"Não deixes de te amar para agradar" foi o que Aurora Sousa escreveu. A concorrente começou por explicar que, através de pequenas atitudes, é possível detetar quando uma relação deixa de ser saudável. Dando conta de que estava a usar a sua experiência pessoal para a atividade, o Big interrompeu-a e sugeriu que desse exemplos concretos, vividos na primeira pessoa, para consciencializar os telespectadores dos alertas.

Aurora, de 22 anos, explicou que alterou a sua forma de vestir e deixou de estar com as amigas para evitar discussões com o ex-namorado, com quem viveu uma relação tóxica de sete anos. Como exemplos de sinais mencionou: "Vestir um vestido e o companheiro dizer: 'Mas onde é que tu vais? Vais ter com outro? Para que é que vais agradar os outros? Já me tens a mim, não precisas de te vestir assim' (...) Mas vais sair? Mas porquê? Onde é que tu vais? Com quem é que tu vais? Vais ter com eles? E eu só dizia 'Vou ter com as minhas amigas'. E quem são amigas? Vão-te levar para maus caminhos".

As imposições acabaram por transcender a vida real e a concorrente deixou de poder publicar as fotografias que queria nas redes sociais. Confessou que deu conta da toxicidade tarde demais e, possivelmente, se o ex-namorado não tivesse terminado a relação, ainda hoje seria vítima. "Perdi mesmo o chão e perdi o amor próprio, que já não tinha, fui perdendo ao longo do tempo. Mas quando tudo terminou, a frase que mais me vinha à cabeça era 'eu não fui suficiente para ele', o que é totalmente mentira". Apesar de os pais a terem alertado, Aurora tentava sempre desculpar o namorado. "Fazia-me muito mal. Eu deixava de comer, deixava de sair de casa, só me apetecia estar fechada em casa a dormir."

A concorrente de Matosinhos partilhou com os colegas que, quando ia às praxes do curso de Criminologia, o ex-companheiro questionava as horas de chegada a casa e se fazia sentido conviver com pessoas que ele não conhecia. "Eu senti que era tóxica quando eu deixei de ser eu. Ele queria-me mudar totalmente: queria que eu deixasse de usar uma roupa, queria que eu deixasse de sair com as pessoas que eu adoro,  queria que eu deixasse de participar em atividades que eu me sentia confortável". Apesar de morarem juntos, a situação foi-se tornando cada vez mais excessiva. "Ele poderia tudo e eu não poderia nada. Ele podia sair à noite e estar até às tantas fora de casa e eu nem pensar, ficava em casa sozinha. Nós estávamos a comer, ele levantava-se, ia à vida dele e deixava-me ali sozinha."

Terminada a dinâmica, a jovem falou com Felicidade Sá sobre a violência psicológica que sofreu, mas garante que o relacionamento também foi pautado por momentos felizes. "Aprendi bastante. Comecei com ele desde os 14 anos, éramos muito novos. Fui pedida em casamento aos 20 anos."