Em conversa com Laura Galvão no jardim, à qual mais tarde se juntaram Marta Gil e Liliana Almeida, esta terça-feira (4) à tarde, o antigo presidente do Sporting desabafou sobre o período conturbado que viveu entre 2018 e 2020, que coincidiu com a invasão a Academia de Alcochete e subsequente constituição como arguido e também com o divórcio litigioso de Joana Ornelas. Agora que está sob escrutínio público todos os dias e a toda a hora, no "Big Brother Famosos", mostra-se preocupado com a imagem que estará a passar cá para fora.
"Eu nunca sei o que é que está a acontecer lá fora, com essas revistas e esses jornais", começou por dizer, acrescentando que "podem estar perfeitamente a continuar aquilo que têm feito desde 2018" e que, segundo Bruno de Carvalho, "nunca pararam". "Chegam ao cúmulo de nunca ter havido nada meu relacionado com droga e, no entanto, quase todas as pessoas acham que sou drogado, ou que me droguei ou que me drogo", lamenta, dando a entender que nunca consumiu droga e que tal não passa de uma invenção.
"Imagina que eu alguma vez na minha vida tinha consumido droga", diz a Laura Galvão. "Vem a questão da droga porquê?", questiona. Nesse sentido, revela temer o que está a ser dito e escrito sobre si. "O que é que podem estar a dizer de eu brincar e ter posto as meninas todas num quarto? Que sou misógino? Que isso comprova que eu sou violento com as mulheres?", pergunta, referindo-se ao facto de, enquanto líder da casa, ter separado os homens e as mulheres em quartos diferentes.
"Deixem a minha família em paz", pede Bruno de Carvalho
"Eu não sei o que é que está a acontecer e espero que, gostem, não gostem, mandem-me sair, não mandem sair, deixem a minha família em paz. A única coisa que eu lhes peço é que, mais uma vez, por mais uma coisa minha, não prejudiquem a minha família. Já o fizeram", apela e relembra o antigo treinador do Sporting, revelando os transtornos vividos pelos seus entes queridos mais próximos. "Os meus pais estão lá fora. Deixem-nos em paz, já chega", reforça.
Bruno de Carvalho tem três filhas: Ana Catarina, de 18 anos, fruto da sua união com a bielorussa Iryna Yankovich, Diana, de 6, do casamento com Cláudia Dias Gomes, e Leonor, de 3, do mais recente casamento, agora terminado, com Joana de Ornelas. Bruno de Carvalho casou com Joana Ornelas, antiga gestora de Marketing do Sporting, em junho de 2017, mas esta união durou pouco tempo. A filha do casal, Leonor, nasceu de uma gravidez com complicações, sendo que até poderia ter morrido, de acordo com declarações do antigo presidente leonino, publicadas pela "TV7Dias".
A 15 de maio de 2018 aconteceu a invasão, por quase quatro dezenas de adeptos, à Academia do Sporting, em Alcochete, que resultou na agressão a jogadores e elementos da equipa técnica. Depois deste ataque, a 23 de junho, Bruno de Carvalho foi destituído de presidente do clube em Assembleia Geral e impedido de se recandidatar.
Mais tarde, foi constituído arguido e considerado autor moral dos ataques à academia de Alcochete. Ficou em prisão domiciliária, após cinco dias detido. Em maio de 2020, foi absolvido dos crimes que lhe eram imputados neste caso.
Em agosto de 2018, Bruno de Carvalho e Joana Ornelas separam-se e o ex-presidente do Sporting avança com um processo litigioso de divórcio. Bruno de Carvalho acabou por exigir uma indemnização de 30 mil euros à ex-companheira por "divórcio sem consentimento do outro cônjuge", uma vez que não conseguiram "chegar a acordo em relação a vários pontos do divórcio".
A relação com Cláudia Dias Gomes, mãe da segunda filha, Diana, também passou por um período conturbado. O ex-presidente do Sporting chegou a alegar que a ex-companheira não o deixava ver a menina, algo que foi desmentido por Cláudia, em comunicado.
No "Big Brother Famosos", Bruno de Carvalho falou do quanto a filha mais velha sofreu a partir dos 15 anos. "Sofreu em idades muito más, que nos estamos a orientar em termos de cabeça, de alma e de coração", disse, adiantando que, no ano que passou, Ana Catarina "foi-se completamente abaixo".
"E eu não perdoo às pessoas isso. Não lhes perdoo o que eu estou a passar e a minha filha. Ultrapassaram todos os limites do razoável. Ainda estou a sofrer ao dia de hoje. Marcou-me, sim, muito. Mas a onda, o tsunami, ainda está a chegar, e já passaram três anos", disse. "Eu gostava que os meus pais e as minhas filhas pudessem ter uma vida mais normal", afirmou.
Apesar de esclarecer que os mais próximos sabem distinguir a verdade da mentira, relembrou que "uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma realidade", utilizando como exemplo o que os colegas de escola da filha dizem sobre si. Para a sua família, deseja paz. "Que possam continuar a ter um bocado de orgulho e não ouvirem as pessoas todas a dizer absolutos disparates", e exemplifica: "A partir do momento em que diz que sou drogado, alcoólico, que bato em mulheres, a partir daí já não vale nada como pessoa. Não me conhece de lado nenhum", esclareceu.
"99% das pessoas que disseram mal estão mortinhas para ver este programa para provar a sua teoria"
Bruno de Carvalho crê que "99% das pessoas que disseram mal" sobre si "estão mortinhas" para ver o "Big Brother Famosos" na tentativa de "provar a sua teoria". E não, em vez disso, como deveriam, de acordo com BdC, "perceberem que estavam completamente enganados e que fizeram muito mal a pessoas que não conheciam de lado nenhum".
"As pessoas procuram mais o tentar comprovar as suas teorias do que dizer 'é verdade, enganei-me'", afirmou, defendendo que a maioria das pessoas irá acompanhar o seu desempenho do programa apenas para verificarem se o que é dito sobre o antigo presidente do Sporting é verdade. "Milhares senão milhões só em Portugal, que foram para os cafés, para o seu trabalho, para a sua vida pessoal dizer 'o Bruno de Carvalho é um criminoso, um drogado, louco, maluco", citou.
São estas pessoas, segundo Bruno, que estarão à espera de um deslize. "A maior parte das pessoas está a ver este programa à espera que eu cometa um erro (...) para dizer 'eu sabia, aqui está o Bruno de Carvalho', acredita. "E eu vou cometê-lo", assegura também. Considera que as pessoas que continuam a espalhar estes alegados rumores ("o dinheiro que o Bruno roubou, o estado caótico como deixou as coisas todas, o populista e o demagogo que é o Bruno", como exemplifica) são "atrasadas mentais".
"Têm de ser atrasadas mentais. Larguem o osso. Já não tenho nada a ver com o mundo do futebol", confirma, relembrando os dois anos em que esteve "sob escuta" e em que foi "das pessoas mais escrutinadas". Mostra que gostava que lhe pedissem desculpa e que ainda não considera que estes assuntos estejam no passado. "Larguem-me um bocadinho", conclui.