Pedro Pico foi o primeiro concorrente expulso da nova edição do "Big Brother Famosos", tendo acumulado 51% dos votos do público, que decidiu colocar um ponto final na estadia do artista na casa mais vigiada do País ao fim de apenas uma semana. Esta segunda-feira (7), Pedro Pico falou com os jornalistas acerca da experiência.
Experiência esta que considera ter sido "uma colónia de férias em esteroides". O concorrente, que já tinha sido convidado para participar na edição anterior, sendo que rejeitou por compromissos profissionais, procurava "relaxar" um pouco na primeira semana do desafio.
Tal acabou por não acontecer, principalmente por ter sido enviado para a roulote com Sara Aleixo. Os dois não deviam sair desta área, tendo de lidar com o afastamento dos colegas e, claro, as condições meteorológicas adversas. Para Pedro, foi "mais de 70% da semana enfiado num cubo de cimento", o que lhe retirou "a possibilidade de interagir com as pessoas".
"Não senti que tivesse sido 100% justo o que aconteceu", revelou aos jornalistas. "Fui para a casa do Big Brother a achar que ia dormir e fiquei numa roulote à chuva", brincou. "Esta malta cá fora faz os possíveis para que tu batas mal", disse, ainda, sendo que as críticas à produção não ficaram por aqui.
"Dizem coisas off the record que depois on the record são outras"
Pedro Pico acusa o Big Brother de ser "mentiroso". "É um mentiroso autêntico. Ele foi sádico comigo. Ele tratou-me mesmo mal", explicou. "O Big, ao início, é um porreiro. E depois, quando vais lá ao confessionário, dá para perceber que há coisas que não estão on the record", avançou.
"Dizem coisas off the record que depois on the record são outras", continuou, dando como exemplo uma situação na qual, dentro do confessionário, o anfitrião lhe terá garantido que teria uma hora para ser o rei da casa, tendo os outros concorrentes ao seu dispor. Cá fora, o Big teria dado ordens contrárias aos colegas, que deveriam ignorar Pedro Pico.
"E eu estive ali uma hora a sofrer, ainda por cima a fazer figura de parvo", acredita. "Eu não percebi que o Big, em privado connosco, nos enganava", crê, também, afirmando ter sido rejeitado e recebido de uma forma diferente dos restantes concorrentes.
Como motivo para tal, aponta a produção poder ter considerado que era "complicado" e, por isso, ter feito esforços para que fosse expulso, ou o facto de o Big já o conhecer. "Ele já sabia quem eu era", disse, relembrando um momento em que o anfitrião da casa lhe terá enviado uma mensagem de parabéns no passado.
"Eu sou um bocadinho 'too much' para este país"
"Não fiquei contente com o Big", exclama, alegando que a entidade terá tentado colocar todos os concorrentes contra Pedro Pico. "Pronto, já percebi. Querem-me lixar", terá concluído. O artista também especulou quanto às razões para ter sido expulso na primeira semana.
"Eu sou um bocadinho 'too much' para este país", começou por dizer. "E isso talvez não seja o que as pessoas querem". "Era o único gajo gay da casa, era a única drag queen da casa", relembra, acrescentando não concordar com o facto de se ter em conta o passado de cada concorrente em vez de apenas o jogo que efetuam no desafio.
"Quando o vosso passado se torna o vosso presente, vocês perdem o vosso futuro", explicou. Deu como exemplo Nuno Graciano, que, para o empresário, "não deve ser avaliado porque pertenceu ao Chega". Agora cá fora, desejava ter partilhado mais sobre a sua batalha com o alcoolismo. "É muito violento", afirmou, sobre essa "doença muito grave". "Eu estou sóbrio já há algum tempo", garantiu.
Teresa Al Dente, o seu alter-ego drag, não teve tempo de aparecer. Iria, eventualmente, surgir, mas não na primeira semana. "A Teresa são três horas de maquilhagem", recorda. Para Pedro, "faltam mais pessoas como a Marie no nosso país e no nosso mundo". "Acho que ela é mais forte do que todos nós imaginamos", considera. Quanto ao colega Marco Costa, mostrou-se mais reservado. "Tínhamos ali alguma coisa, mas acho que ia passar. Talvez fosse a pessoa com quem eu estava mais com um pé atrás", disse.
Nega acusações de falta de pagamentos. "Toda a gente na Drag Taste foi muito bem paga"
Em 2016, começou a circular um vídeo íntimo entre Pedro Pico e o seu namorado da altura, como recordou a revista "VIP". Aos jornalistas, o artista alega que este terá sido gravado e divulgado sem o seu consentimento. "Eu nunca fiz um vídeo porno na minha vida. Não me importava de fazer e espero vir a fazer, mas nunca fiz", disse. Nega também as acusações de violência doméstica feitas pelo "futuro ex-marido", com quem esteve numa relação durante dois anos, e de quem se está a "tentar divorciar há mais de um ano" sem sucesso.
"Ele não deixa", revela. "Ele não é português, e ele quer ficar com o cartão de cidadão, então não se divorcia de mim por nada", explicou, acerca do ainda marido, Nikolay Novachuk. Pedro Pico acabou por ser condenado, em julho de 2021, por violência doméstica. Estavam em causa dois anos e dois meses de prisão, com pena suspensa por igual período, como noticia a revista "Flash!".
O artista de 32 anos foi também acusado de não pagar aos funcionários do seu projeto Drag Taste (experiências interativas com drag queens), como avançou o site "Holofote", algo que também diz não ser verdade: "Toda a gente na Drag Taste foi muito bem paga. Não houve uma drag queen neste país, durante a pandemia, que tivesse trabalho, e comigo tiveram. Pessoas a receberem entre dois mil e três mil euros por mês".