Depois de um fim de semana de Páscoa a começar mais cedo com feriado à sexta-feira, seguimos com mais um fim de semana, desta vez a estender-se por segunda-feira. Isto porque celebra-se o 25 de Abril, dia em que pode aproveitar o facto de estar livre do trabalho, assim como as crianças da escola, para um passeio em família.
Não precisa de dormir fora, só de pegar no carro ou projetar a viagem de comboio para chegar ao destino mais próximo do local onde se encontra. Tomámos como ponto de partida as cidades das duas áreas metropolitanas de Portugal, Porto e Lisboa, e fomos à procura de locais para passear, sem que isso implique ter de fazer grandes viagens para lá chegar.
A partir do Porto, pode ir até à Covilhã, e desde Lisboa o caminho mais curto de que vamos falar é para Óbidos. Seja qual for o modo como prefira deslocar-se, na chegada está garantido um passeio para descobrir desde o mais tradicional de cada vila ou cidade ao mais irreverente (como espreitar pela Janela 121).
Perto do Porto
1. Covilhã
Já ouviu falar no Covão dos Conchos? Fica na Covilhã e é uma das principais atrações da cidade desde que foi gravado para uma série de filmes. Trata-se de um misterioso funil com 1.519 metros de comprimento por onde caem as águas da ribeira das Naves, levadas pelo mesmo canal para a Lagoa Comprida. Para lá chegar, tem de percorrer a pé cerca de cinco quilómetros "numa estrada que parte da Lagoa Comprida", informa o município.
Também numa visita à Covilhã deve explorar o Jardim Botânico de Montanha, inserido no Parque Alexandre Aibéo — com percursos pedonais que servem de montra às mais de 90 espécies diferentes de árvores, plantas e arbustos —, o miradouro da Varanda dos Carqueijais, com vista privilegiada sobre a Covilhã e a Cova da Beira, e ainda o Museu do Queijo, a perdição dos que nunca resistem a um queijo Serra da Estrela e que neste museu em Peraboa é explicado ao pormenor: desde a fauna e flora da região que influencia o sabor antes de ganhar forma até ao momento em que chega já pronto à sala da degustação.
2. Amarante
Gulosos, este destino é para vocês e explicamos já porquê. Amarante é uma cidade que mistura a brisa da margem do rio com a doçura dos doces conventuais que caracterizam o município. São eles as lérias, os foguetes, os papos de anjo e as brisas do Tâmega, receitas que foram passadas para uma família de Amarante após o declínio do mosteiro de Santa Clara.
Pode prová-los nas pastelarias da cidade ou num evento que, infelizmente, não acontece no fim de semana prolongado, mas pode já guardar na agenda para o próximo mês: é a 16° Feira de Doces Conventuais de Amarante, que vai decorrer de 13 a 15 de maio.
Sendo São Gonçalo o padroeiro de Amarante, o santo está um pouco por toda a parte, desde, mais uma vez, a doçaria, nos chamados São Gonçalos, à Ponte de São Gonçalo e Igreja de São Gonçalo, erguida em 1540 a mando de D. João III.
3. Guimarães
Que outras razões existem para visitar Guimarães além da sua importância histórica? Muitas e enumeramos uma primeira que não acontece todo o ano: é o Mercado Alternativo do RUA (MAR), que vai decorrer de 22 a 24 de abril, mesmo a tempo do fim de semana prolongado para que possa explorar gratuitamente as aulas de ioga, os concertos ao vivo, dançar ao som do Dj, apreciar a arte urbana e o artesanato local e ainda matar a fome com a street food.
Fora o evento, dedique os outros dias da escapadinha a percorrer 11 pontos de interesse na cidade através do Guimarães Pass, que dá acesso a espaços como o Museu da Cultura Castreja, o Palácio Vila Flor e ao Percurso Museológico no Convento de Santo António dos Capuchos. Tem validade de quatro dias e custa desde 10€. Pode comprar online.
Perto de Lisboa
1. Vila Nova da Barquinha
Descemos no mapa e já estamos mais próximos de Lisboa. A uma distância de 134 quilómetros (pouco mais de 1h30 de carro) de Lisboa, fica a ilhota que alberga o Castelo de Almourol, no concelho de Vila Nova da Barquinha, classificado como Monumento Nacional desde 1910. O castelo é um momento emblemático da reconquista cristã e da passagem dos Templários em Portugal, que além da beleza própria, complementa-a com a paisagem sobre o rio Tejo.
Também em Vila Nova da Barquinha pode (e deve) fazer o trilho panorâmico do Tejo, de nível e vistas fáceis de percorrer, dado que ao caminhar logo saltará à vista o fluviário foz do Zêzere e o parque de escultura contemporânea Almourol. Para algo mais aventureiro, pode fazer canoagem, pára-quedismo, saltos Tandem ou balonismo.
2. Óbidos
Tire da cabeça a ideia de que Óbidos (a cerca de 1h10 de Lisboa) é só para visitar no Natal ou na altura da feira do chocolate. Em vez do cheiro a chocolate quente, em abril o que conquista o olfato é a caldeirada de peixe da Lagoa de Óbidos ou a famosa Ginjinha de Óbidos. Fora o que é mais conhecido, a vila esconde alguns segredos que pode descobrir através de atividades promovidas pelo posto de turismo.
Um dos segredos está escondido na Janela 121, onde tudo pode acontecer: "Pode beber algo tradicional, mas que nunca se bebeu dentro do castelo, pode beber algo feito por alguém que é dos melhores do mundo na sua arte. Pode ouvir uma estória de alguém único de Óbidos, ou sobre alguém único de Óbidos".
A descrição parece um enigma, tal como os que encontrará na escape tower & lovemade projects. Para descontrair após as atividades, embarque noutra, desta vez para comer. Falamos do workshop com degustação de banana flambeada com licores e sumos naturais.
3. Tomar
Tomar fica a pouco mais de 1h30 de Lisboa e a centenas de anos de distância da construção do Castelo Templário, que integra o célebre Convento de Cristo, à volta do qual a cidade se desenvolveu, mas que ainda está de boa saúde e pode ser visitado.
A história coexiste com a modernidade, sendo que uma parte dela faz parte dos eventos que vão estar a decorrer durante o fim de semana que apanha o 25 de abril. Enquanto se espera que a Festa dos Tabuleiros volte em 2023 (é realizada de quatro em quatro anos), é possível visitar o “Rio dos Tabuleiros”, de Gil Cruz, exposição de pintura que vai decorrer de 22 de abril a 29 de maio na Casa Vieira Guimarães.
Do interior para a rua, a arte salta para A Feira, espetáculo de artes de rua inspirado nas festas e romarias e nas histórias dos tomarenses. Vai realizar-se a a 23 de abril às 21h na Praça da República. Os mais gulosos, podem passar antes por uma pastelaria aderente do evento De Tomar e dos Conventos – Doçaria Tomarense, que de 1 a 30 de abril põe à prova as tradicionais cornucópias, beijinhos de Tomar e entre outros doces conventuais.
Para facilitar esta e outras descobertas, recorra à aplicação Descubra, que mostra o melhor de Tomar e de outros concelhos do Médio Tejo.