O mês de agosto é sinónimo de férias para uma grande parte dos portugueses, o País fica a meio gás e muita gente decide aproveitar para tirar umas semanas longe do trabalho e da rotina do dia-a-dia.
Há quem opte ficar em Portugal e quem aproveite para ir para fora. Depois do stress de marcar férias, alojamento, reservas de voos, a pesquisa sobre o destino de férias não deve terminar aí. Mas já lá vamos.
Quem está de férias não consegue esconder os sinais de turista, seja pela máquina fotográfica ao peito ou telemóvel na mão, sorriso estampado na cara ou às vezes um ar perdido (mas sempre curioso) nos passeios pelas cidades. Independentemente de ter escolhido férias de praia ou de cidade, dentro ou fora de Portugal, há muitos cuidados que deve ter para não ser enganado.
Para percebemos como é possível fugir dos muitos estratagemas falámos com Vasco Monteiro, viajante experimentado que já visitou dezenas de países desde que começou a viajar sozinho, aos 17 anos, e que agora dá dicas no seu site e nas redes sociais.
O primeiro episódio de burla que Vasco viveu aconteceu em Milão- e é o típico esquema muito recorrente nos principais pontos turísticos das cidades. Numa das praças da cidade italiana, um senhor apareceu junto de Vasco Monteiro a oferecer-lhe uma pulseira muito fininha, colocando-a no pulso e não o largou até receber uma gorjeta. “Uma pessoa sente-se impingida a dar qualquer coisa e se eu tivesse o conhecimento que tenho hoje isso não teria acontecido”, conta Vasco Monteiro à MAGG.
Mesmo depois de muita experiência em viagens, o jovem conta que tem sempre muito cuidado em pesquisar informações sobre o local que vai visitar, mesmo com o conhecimento que já tem adquirido e que partilha na sua página de Instagram com mais de 24 mil seguidores. Vasco Monteiro justifica que “os burlões estão sempre a inovar”.
A primeira dica é pesquisar em grupos do Facebook sobre o País que vai visitar para saber o que esperar e com o que é preciso ter cuidado. Ainda assim, esta pesquisa pode ser feita de uma forma ativa perguntando diretamente no grupo, ou então procurar palavras-chaves (como 'scam' ou burlas) através da lupa disponível dentro do próprio grupo.
Outra estratégia para conhecer melhor o País que vai visitar é a ver vídeos no Youtube. (Sim, sabemos que pode apanhar um pouco de spoiler dos sítios, mas por segurança vale a pena prevenir- e as cidades têm outros encantos quando visitadas presencialmente). Além de pesquisar por palavras-chave no Youtube, o conteúdo pode variar entre vlogs filmados nas ruas da cidade ou testemunhos de vloggers que já visitaram a cidade.
Vasco Monteiro ainda aconselha à leitura de artigos sobre o tema, sendo que em português a oferta é menor, por isso, costuma consultar conteúdo em inglês.
“Se uma pessoa pesquisar de todas as formas possíveis consegue ir a um lugar e consegue escolher os lugares a ir, porque percebe onde há esquemas, ou os lugares onde vão cobrar mais”, justifica Vasco Monteiro.
“Não há nenhum país do Mundo que não tenha scams”
Quando chegar ao destino também há cuidados que deve ter. O jovem criador de conteúdo conta que quando foi a Marraquexe, sozinho, já sabia que a cidade era um “antro das burlas, quer seja dos encantadores de serpentes, quer seja dos mercados, em que uma coisa custa 10 e tentam cobrar 100, quer sejam guias falsos na rua, ou pessoas que são falsos amigos”, explica à MAGG.
Por isso, os cuidados a ter neste tipo de cidades devem ser redobrados. Uma das dicas de Vasco é responder que “não” na língua local, quando se é interpelado na rua, andar de “cara fechada”, ou responder que tem um amigo local à sua espera. Vasco Monteiro explica que este tipo de respostas “cortam um pouco a propensão a enganar”.
Além disso, o jovem explica que quando está a visitar pontos muito turísticos tenta perceber junto das pessoas locais - em lojas e cafés - que tipo de burlas acontecem nesses lugares. Vasco Monteiro esclarece que essas pessoas “sabem tudo, porque conhecem os sítios melhor do que ninguém e observam tudo”.
“Não há nenhum país do Mundo que não tenha scams” diz Vasco Monteiro explicando que, em Portugal, conhece dois esquemas. Em Lisboa, na venda de haxixe e no mercado da madeira. Outra burla recorrente era os comerciantes adoçarem algumas peças de fruta para oferecerem aos turistas para provarem. O que acontecia é que os turistas “são impingidos a comprar um quilo dessa fruta e depois cobram quantias exorbitantes que a uma pessoa local não custaria nem 10% desse valor”, relata o jovem. Contudo, Vasco Monteiro diz que não sabe se essa burla ainda continua a acontecer.
Outro cuidado que Vasco Monteiro passou a ter depois de ler alguns relatos é utilizar sempre uma carteira RFID. Na prática é uma carteira com um escudo magnético, que protege os dados dos cartões, caso alguém tente lê-los através de uma máquina de contactless quando está a passear a pé.
No último post de Instagram, Vasco Monteiro também dá algumas dicas de segurança online e bancária antes e nas férias.