No meio de todo o azar, este pequeno cão acabou por ter alguma sorte. A história tinha tudo, mas mesmo tudo, para ter o pior dos desfechos. O animal foi abandonado na cidade de Griffith, no estado norte-americano do Indiana, com fita adesiva a prender-lhe o focinho.

O cão, de pequeno porte, esteve assim durante dias, impedido de ladrar para pedir ajuda e até de comer. Quando foi atirado da ponte, não caiu na água e sim no chão, ficando gravemente ferido. Quanto mais tempo passasse, mais provável era o bicho não sobreviver.

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Porém, por obra do acaso, esta história cruel e triste teve uma reviravolta. Bob Hoelter, residente desta zona, costumava ir a uma loja lá perto, sempre de carro. No entanto, nessa noite, decidiu ir a pé. Queria fazer algum exercício, mas acabou por entrar numa missão de resgate.

Enquanto caminhava, começou a ouvir uns choramingos à distância. Tentou seguir o som e, como estava escuro, precisou da lanterna. Foi aí que, debaixo da ponte, encontrou o cachorro, assim como contou ao site "The Dodo". Bob Hoelter apercebeu-se de imediato que o cão, que tremia de medo e de frio, estava em péssimo estado.

cão
cão créditos: Facebook

Dirigiu-se logo ao Griffith Animal Hospital, onde Lori Kovacich e a sua equipa trataram o cão. Além de inflamações, tinha a perna partida devido à queda e infeções na zona em que a fita adesiva permaneceu. Depois de receber antibióticos e de ser submetido a uma cirurgia, foi melhorando.

Os peluches, cobertores e mimos que recebeu ajudaram. Com a pressa de tratar o bicho, a equipa do hospital veterinário acabou por não ficar com quaisquer dados do homem que o resgatou. Revoltada com a situação, Lori Kovacich fez uma publicação no Facebook para dar a conhecer esta história.

"Ontem, apercebi-me de que estava errada. Afinal, ainda não tinha visto tudo", começou por escrever, mencionando o "horror" que testemunhou. "Em lágrimas, vimos este cachorrinho a comer e a dar à cauda. Todo o staff ficou sem palavras", adiantou a funcionária, que ali trabalha há mais de 30 anos.

"O pêlo e a pele debaixo da fita adesiva estavam quase em carne viva e até tinham aquele odor a peixe podre, portanto ficou assim durante dias. Ele estava esfomeado", revelou, ainda, acrescentando que "a pessoa ou pessoas responsáveis por isto vão apodrecer no inferno".

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cão créditos: Facebook

A sobrinha de Bob Hoelter acabou por se cruzar com a publicação e mostrou ao tio, que decidiu fazer uma visita ao cão. Qual não foi o seu espanto quando se apercebeu de que o animal se lembrava dele — e não poupou em tentar mostrar a gratidão que sentia, com muitos beijinhos e carícias.

Hoje, Louie, como lhe chamaram, tem um novo lar, junto do casal Mary e Doug Witting, que o adotou depois de ficar a conhecer a história. Ainda no hospital veterinário, o pequeno cachorro mostrou desde logo uma personalidade brincalhona, ativa e afável, mesmo depois de tudo o que lhe aconteceu.

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