
A família, que se mudou recentemente para Portugal devido a uma proposta de trabalho do pai, Renato Sá, enfrenta agora uma batalha emocional e judicial contra a companhia aérea TAP, que, mesmo após decisão judicial, se recusou a embarcar Tedy num voo com destino a Lisboa.
“Ontem ela estava na expectativa da chegada dele e teve outra crise. Nós praticamente não dormimos”, desabafou o pai da menina. A criança é autista, não fala e enfrenta crises de ansiedade e agressividade, que o cão ajuda a controlar. Desde que foi separada de Tedy, a instabilidade emocional agravou-se.
O mandado de intimação emitido pelo tribunal, com data de 16 de maio, autorizava o embarque do cão num voo ao lado da irmã da menina, Hayanne Porto. Mas no sábado, 24 de maio, a TAP voltou a impedir a viagem. Segundo a companhia aérea, o embarque do animal só é autorizado quando ele viaja com a pessoa que necessita do acompanhamento, neste caso, a criança, que está em Lisboa.
“A TAP lamenta a situação, que lhe é totalmente alheia, mas reforçamos que jamais poremos em risco a segurança dos nossos passageiros, nem mesmo por ordem judicial”, informou a empresa em comunicado.
Para os pais, essa explicação é incompreensível. “Temos dificuldade em explicar à nossa filha o que está a acontecer. Ela não compreende imprevistos. Usa uma aplicação para comunicar, e mesmo assim é difícil fazê-la entender porque é que o Tedy não chegou”, disse Renato.
Tedy, um labrador treinado para acompanhar a menina em situações sensoriais e emocionais delicadas, já viajou com a família anteriormente sem qualquer problema. Está habituado a longos voos, sabe controlar os seus impulsos e foi preparado especialmente para serviços como este.
A situação levou a família a procurar apoio adicional com terapia comportamental para lidar com a ansiedade crescente da criança. Mas a única solução real continua a ser o reencontro com o cão. Enquanto isso, a espera continua.