O Ministério Público do Porto está a montar um caso que sustenta a tese de que toda a vida luxuosa de Ana Lúcia Matos era financiada com dinheiro proveniente das fraudes fiscais do marido, o que a implica no processo, ainda que de forma passiva. Um dos exemplos apontados pela investigação é o de a agência que a representava para parcerias comerciais com diversas marcas, algumas de luxo, no Dubai era, recebeu dinheiro por parte do marido de Ana Lúcia Matos, Max Cardoso, que vinha dos esquemas de reembolsos ilegais de IVA, avança o "Correio da Manhã" na sua edição desta segunda-feira. De acordo com o Ministério Público que conduz a acusação, os crimes eram cometidos já desde 2016, e uma grande parte da prova foi conseguida através de escutas telefónicas nos telefones da apresentadora bem como do marido.

Ana Lúcia Matos emociona-se, mas não convence juiz. Marido disse estar desempregado
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Embora o plano do casal passasse, ainda de acordo com o "CM", por passar, a médio prazo, a residir no Dubai, o casal tinha comprado já uma mansão de luxo na zona da Aroeira, na margem sul, onde residem vários jogadores de futebol. Em declarações perante o juiz de instrução criminal que conduz o processo, Ana Lúcia Matos admitiu que o marido só não conseguiu autorização de residência no Dubai "devido a uma questão judicial". Ou seja, existia muita facilidade de deslocação de Max Cardoso aos Emirados Árabes o que, para o Ministério Público, representa um evidente risco de fuga, algo que estará na base da decisão de manter o marido de Ana Lúcia Matos, principal arguido no processo, em prisão preventiva. De acordo com a investigação, existia também um risco agravado de destruição de provas e intimidação de potenciais testemunhas com o objetivo de as impedir de falar com a Justiça.

Para lá de ter comprado e decorado a mansão na Aroeira, onde fez obras a gosto, a apresentadora conduzia ainda um Porsche novo, tudo comprado a pronto, com dinheiro proveniente das fraudes com IVA. Ou seja, a apresentadora acaba por ser uma das principais beneficiárias dos lucros gerados pelas operações ilegais de Max Cardoso, o que a implica no processo.

Recorde-se que a investigação desde caso já terminou e resultou em 14 prisões, entre eles Max Cardoso, principal suspeito, Ana Lúcia Matos e um casal da Figueira da Foz que teria a responsabilidade de arranjar pessoas, em Portugal, para ficar à frente de empresas fictícias envolvidas nos esquemas. A apresentadora bem como sete outros suspeitos já foram ouvidos pelo juiz e aguardam o desenrolar do processo em liberdade, mas Max Cardoso, o casal da Figueira e três outras pessoas continuam em prisão preventiva.