Ana Lúcia Matos e o marido, o empresário luso-francês Max Cardoso, foram detidos pela Polícia Judiciária esta terça-feira, 29 de novembro, numa mega operação de combate à fraude. Depois de ser presente a juiz, a ex-apresentadora foi libertada esta sexta-feira, 2 de dezembro.

Durante o depoimento, a ex-apresentadora emocionou-se, mas não o suficiente para convencer o procurador de que teria sido ingénua, avança o "Correio da Manhã". Ana Lúcia Matos terá garantido que nunca suspeitou da origem do dinheiro e terá negado o envolvimento no esquema.

Sobre o marido, disse que Max Cardoso fazia de tudo para fugir ao fisco, que ele tinha residência em França e que não queria liquidar impostos em Portugal. Avançou que sabia que o companheiro já tinha sido condenado em França por fraude e admitiu a existência das contas no estrangeiro.

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A modelo reconheceu que os elevados montantes depositados nestas contas podem ser resultantes de crimes praticados por Max, esclareceu o "Correio da Manhã", apontando o Dubai como o país onde Max Cardoso tinha várias contas bancárias. A investigação apurou que o empresário luso-francês teria duas identidades (uma delas falsa), dois passaportes e dois números de contribuinte.

A ex-apresentadora da TVI e da CMTV afirmou que não tem conhecimentos sobre matérias de fiscalidade e disse que o marido lhe dizia que fazia investimentos de risco, mas que não sabia ao certo do que se tratava. Também apelou ao juiz o facto de ser mãe (tem dois filhos, uma com 3 anos e outro com 22 meses).

Já Max Cardoso recusou-se a prestar declarações, tendo apenas divulgado que foi trabalhou numa loja de roupa em França, onde ganharia 1300€ por mês. Disse ainda estar desempregado desde junho deste ano. O casal terá comprado uma casa de luxo e um carro, um Porsche, a pronto, mas nada ficou em nome de Max Cardoso, adianta o mesmo jornal.

Enquanto a ex-apresentadora foi libertada esta sexta-feira, 2 de dezembro, Max Cardoso está entre os suspeitos que arriscam permanecer na cadeia. O procurador exigiu que Ana Lúcia Matos deveria ficar proibida de estabelecer contacto com outros arguidos e que deveria informar o tribunal de todas as deslocações para fora do País.

As medidas de coação serão conhecidas na terça-feira às 11 horas, quando todos os arguidos terão de voltar a apresentar-se em tribunal. Max Cardoso tem sido apontado como sendo um dos cabecilhas desta rede de fraude fiscal que, só em Portugal, defraudou 300 milhões de euros.