Embora tenha sido colocada em liberdade condicional, com necessidade de se apresentar às autoridades, a antiga modelo e apresentadora Ana Lúcia Matos foi obrigada pelo juiz de instrução a depositar o seu passaporte no tribunal, já que existe um efetivo risco de fuga para o estrangeiro, na sequência do processo de fraude fiscal em que está envolvida juntamente com o marido, Max Cardoso, que continua em prisão preventiva. As autoridades conseguiram reconstruir o estilo de vida de Ana Lúcia Matos e descobriram que a apresentadora controlava, juntamente com o marido, as contas de uma empresa chamada Number Station, e era daí que pagava quase todos os seus luxos, como o Porsche que pagou a pronto pagamento, as muitas carteiras de marcas caras, relógios ou sapatos de designers internacionais, revela a edição desta sexta-feira, 9 de dezembro, do "Correio da Manhã".

Esta empresa, Number Station, é apenas uma das cerca de 9 mil que estão no radar das autoridades na sequência da investigação deste caso, conhecido como "Operação Admiral". A polícia descobriu que a conta era controlada por Ana Lúcia Matos e o marido, através da internet, e que ao todo tinha disponíveis à ordem perto de 3,2 milhões de euros, valor que foi agora congelado e está inacessível à apresentadora.

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Só que o juiz de instrução do caso, Pedro Miguel Vieira, teme que Ana Lúcia Matos possa ter acesso a mais contas, que não foram detetadas pela investigação, e, dessa forma, consiga fugir do país. Para o tentar impedir, foi exigido à apresentadora que entregasse às autoridades o seu passaporte, por forma a que fique limitada na sua capacidade de se deslocar para o estrangeiro, onde — sabe a investigação — existem muitas outras empresas e contas bancárias controladas pelo marido de Ana Lúcia Matos, Max Cardoso, e às quais a antiga modelo poderá vir a ter acesso.

Ainda de acordo com o "CM", pelo menos três contas de Ana Lúcia Matos foram já penhoradas: uma em Portugal, outra nos Emirados Árabes Unidos e uma terceira na Lituânia. Mas a investigação do caso acreditam que possam existir mais, ligadas a outras empresas que podem estar ligadas à teia criada pelo marido de Ana Lúcia Matos e por Brigitte Lafintaine, uma francesa de 79 anos, suspeita de liderar o esquema juntamente com Max Cardoso.

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Era esta cidadã francesa que detinha o stand em Guimarães onde foram apreendidos os muitos carros de luxo envolvidos nos esquemas de fraude, no valor de mais de 1 milhão de euros, entre eles um Lamborghini, que se ficou confiscado.