A atriz transexual Keyla Brasil, que esteve no foco das notícias em Portugal quando interrompeu uma peça de teatro no São Luiz, em Lisboa, gritando "transfake", para protestar contra o facto de o ator que interpretava uma personagem trans ser heterossexual, está desaparecida desde a passada sexta-feira. Vários amigos da atriz lançaram apelos para tentar localizar Keyla, mas ainda sem efeito. Recorde-se que depois do episódio mediático a atriz admitiu ter recebido ameaças de morte.
A última vez que Keyla foi vista foi na passada sexta-feira, 27 de janeiro, em Tábua, perto de Coimbra, quando se preparava para regressar a Lisboa, avança o "Expresso". A Casa T, instituição que dá abrigo a pessoas trans imigrantes, lançou um apelo nas suas redes sociais, pedindo a quem contacte com Keyla Brasil os informe de imediato. Até às 16 horas deste domingo, 29 de janeiro, não havia ainda qualquer notícia sobre a atriz.
Em Tábua, a atriz estaria a apanhar um autocarro em direção a Lisboa, onde residia. Não há informações de que tenha conseguido apanhar o autocarro ou chegado a Lisboa.
De acordo com o jornal "Expresso", os amigos da atriz "temem" pela sua vida, já que Keyla terá recebido "muitas ameaças, cada vez mais agressivas, incluindo ameaças de morte". Terá sido a razão que a levou a sair de Lisboa em direção à zona centro. Usando a sua conta de Instagram, Keyla Brasil assumiu estar longe, "nas montanhas", sem especificar o local. A última publicação que fez foi precisamente na sexta-feira. Os últimos stories também, por isso já não estão disponíveis. Mas foi usando essa ferramenta que Keyla garantiu estar a ser ameaçada de morte.
Recorde-se que Keyla Brasil se tornou conhecida quando interrompeu a peça "Tudo Sobre a Minha Mãe", uma adaptação do original de Pedro Almodóvar, em cena no São Luiz, usando várias vezes a expressão "transfake", acusando o ator André Patrício, que não é trans, por este interpretar a personagem de Lola, que é trans. Keyla foi elogiada por uma minoria e altamente criticada pela maioria das pessoas que falaram sobre o caso nas redes sociais.